sexta-feira, 9 de março de 2012

Chamado



O Amor é como um precipício, causa medo à maioria das pessoas, mas chega um ponto do caminho que sem perceber nos deparamos com ele e só temos duas opções: jogar-se ou desistir.
Ás vezes é mais prudente parar. E os mais medrosos o fazem, param. Viram-se e voltam, evitando alguns machucados, quem sabe decepções, mas também saem perdendo, pois quem garante que também não seria bom?
Portanto, se vires uma voz chamar-te vindo do precípicio não pare nem pense duas vezes... Jogue-se. Arrisque-se. Viva!
Alguém estará lá para te segurar, quem sabe o Amor!

terça-feira, 6 de março de 2012

Ironia



A verdade sobre o Amor é que quando ele termina parece que foi tudo uma mentira..
Alguém discorda?
Alguém já acordou das nuvens?

Já viu seus sonhos caindo aos pedaços feito os castelos de areia que insistimos em construir movidos pelo véu cego e fascinante da paixão?
Quem já não foi dormir vivendo um sonho e na manhã seguinte se viu em meio a um pesadelo que atire a primeira pedra!!!

Mas o que faço se sou sonhadora e sonho...
Se todas as noites deito-me na cama, suspiro, sussurro teu nome e sonho...
O que me restou além de sonhar?
Além de varrer a areia para debaixo do tapete da sala e refazer o castelo...
Dia após dia...
Noite após noite, sonho.

E espero estar errada.
E digo coração: por favor, não seja mais otário...
Que o amor não se acabe na mentira, mas viva na verdade.
Que o Amor me prove o contrário.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Entulho



Jogue fora minhas fotografias
A marca do meu beijo no teu rosto
Meu gosto
Minha caligrafia em teu corpo

Jogue fora o meu nome ainda preso em tua boca
A minha recordação
Meus presentes
Meus versos
Como jogaste fora meu coração

Jogue fora a aliança
Nossos sonhos
Aquela velha esperança
Como jogaste fora o amor que eu te dei

Jogue fora o que de nós ainda resta
Como eu também joguei

Jogue fora a saudade
A amizade
Como jogaste fora a minha confiança
Que o pouco que restava em mim eu já joguei fora junto com a tua lembrança.

João e Maria





No caminho vão ficando pegadas
Sonhos
Migalhas
Medos
Risadas
Fracassos
Segredos


No caminho ficam saudades
Amores
Paisagens
Deixadas para trás, ao longe se perdem
Miragem


No caminho ficam rastros
Erros
Acertos
Pecados
Ficam flores e espinhos que perfumam e ferem cada passo


No caminho deixo meu rastro
Para que veja minhas pegadas
Parta ao meu encalço


No caminho vou deixando lembranças
Alegrias
Tristezas
Esperanças


No caminho ficam perfumes
Fotografias
Bagagens
As cartas que te escrevo datadas com minha caligrafia
Bobagens


No caminho fica o que vivemos
O que se passou e se perdeu
Fica tudo que recordamos, o que o coração não esqueceu


No caminho vão ficando nossos pedaços
Como se a cada passo fossem deixados os anos, os fardos...


No caminho os pés cansados levam poeira
Enquanto as mãos exaustas deixam partir os sonhos...


Sonhos que não podemos carregar são deixados no caminho feito migalhas que marcam o ponto de partida se um dia houver coragem para regressar


Levamos conosco somente a certeza da partida e tentamos avistar o oásis aonde se desejou tanto chegar.
Dilema?!


No caminho ficam migalhas
Sonhos
Amores
Saudades
Espinhos e flores.


Ficam pegadas
Poemas!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

À Deriva







Na imensidão do céu
O azul corta o horizonte
Transpassa vales, cerros, montes
Voando terras longínquas
Cruzando rios, mares e pontes


No céu, no mar
Um barco à vela
Um navio a vapor
Uma asa-delta
Um ultraleve
Navegante...

Corta o céu, a terra, o mar
Pinta o céu do azul
Os lagos, rios e oceanos com o verde-mar do teu olhar...
No céu o sol, o sul
No mar o rumo, a nau
Sem norte.

No papel, sem cortes
Em preto e branco
Em traços e linhas
Meus versos te faço
Olhando o mesmo azul do céu em que mergulha, navega, flutua...
Se perde
Errante

Perdida no teu céu
Meus versos vão de encontro às águas
De correntezas e lágrimas choradas
Deslizando feito barcos de papel...
Amante

Tua outra pele, tua outra voz, tua outra alma
Metade cortada
Pelas águas levada
Pelo vento arrastada
Do teu mar
Do teu céu
Do teu olhar
Distante

Uma voz, um grito
Ecoa no pensamento rasgando o horizonte: SOLTE!
Solte o cabo da nau, volte!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Homicídio Duplamente Qualificado



Te matei dentro de mim e o suicídio foi inevitável, pois meu coração era teu templo. Velado, secreto, sagrado!

O Retrato do Passado







Em linhas finas eu risco teu rosto
Eu marco teus traços,
Eu brinco em tua face,
Eu pinto teu corpo.


Em tons e nuances eu pincelo minha tela
Te molho em água e à óleo,
Te pinto e te bordo com minha aquarela.


No azul do meu céu
Teu vulto reluz escondido sob um véu...
Nem choro nem vela,
Nem reza ou promessa
Desfaz o quadro que a vida pintou.
Jaz só pegadas na areia, no breu.
Um vulto apagado que o verniz ofuscou.


Em minha paleta uma cor quase se esgota...
E na tentativa de não ver minha tela morta
Na paisagem já cinza um ponto destaquei:
Com a última gota da cor esperança, teus olhos pintei!


Este pequeno quadro que rabisquei
Não é a tela mais bela
Nem a obra mais cara
É uma simples aquarela que guarda o retrato do homem que amei.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Contatos

A pedidos deixarei meus contatos... serão bem vindos comentários, críticas e sugestões. A todos que quiserem fazer parte de minhas redes de amigos sintam-se bem vindos!
Beijo carinhoso no coração...

Facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100003366110891#!/profile.php?id=1794056191

MSN: renatabicca@hotmail.com

Twitter: @re_bicca

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ferida



Tem uma dor latente em mim que não sei de onde vem, não passa, só me parece que nesse momento tudo perdeu a graça.
É uma dor tangente, pulsante. Quem dera ver a olho nu a ferida. Pôr sobre ela sal, álcool, navalha e fazê-la viva...
Mas isto não é possível... Eu não sei aonde dói, o que me dói, ou o porquê. Só sei que sinto lá no fundo que algo sangra, que dói, sem cura... Não é amarga nem doce esta tortura, é uma falta, um vazio, uma angústia que, por vezes, me leva a loucura.
Dizem que o sofrimento não existe. O que existe é sua causa e quando a sabemos passamos a ter nas mãos a chave para solucionar este dilema.
Sofrer ou não sofrer, eis a questão?
Pena que o meu emocional é mais forte perto da minha razão.
Vamos elencar as mazelas da vida:
Cortar o dedo dói;
Tropeçar o dedinho no pé da cama dói;
Perder alguém dói;
Ser traído dói;
A mentira dói;
A saudade dói;
O amor dói;
Dói, dói, dói...

E dói um pouco mais!


O amor dói. E essa dor de amor é infinita, mortífera, corrói!
Não há analgésicos que a façam parar. Não há, não haverá jamais!
O coração abstratamente pode doer mais que uma grave infecção. Mais que a perda abrupta de um membro.
Amar pode doer tanto quanto uma amputação, sem morfina, feita em campo de batalha, sem anestesia... Amar é luta, é guerra sangrenta que travamos consoco...
Amar ou não amar? Que desgosto!
O amor dói. E creio que esta seja a pior das dores, para a qual ainda não se inventou uma cura.
Que loucura este suicídio que nos mata aos poucos de dor ou de alegria.
Amar é deixar no peito a porta aberta, sem antídoto ou anticorpo que nos proteja. Amar e não amar é ferida aberta, viva.
Que Deus nos guarde, defenda!

É sempre e nunca no amor que se encontra nossa fé, eis a causa do que nos derruba e nos põe de pé.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Circo dos Horrores



As cortinas se abrem
Chegou mais um dia
A luz do sol faz holofote
A platéia aplaude: Bom Dia!

E hoje tem alegria?
Tem sim Senhor!
Tem de ter o sorriso estampado para aliviar a dor.
Tem de ter fantasia colorida para superar o luto das perdas da vida
Tem de ter o rosto pintado para esconder as feridas das marcas da alma
Tem de ser mascarado, sorrir ao enfado da falta de amor.

E hoje tem alegria?
Tem sim Senhor!
Tem de ter esperança
Dar lugar a criança que ainda mora em nosso interior.
Tem de haver fé em Deus, fé na vida, fé no amor.
Somos todos palhaços, saltimbancos, artistas
Brincando pelo picadeiro deste grande circo chamado VIDA!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bodas de Papel






Será que sofrimento faz aniversário?


Creio que sim. Pois não importa o tempo que passe chega um dia que a velha melancolia senta-se ao nosso lado e faz-nos companhia...
Aquele dia de lembrança enfim retorna. O dia da morte da esperança vem como se tivesse data, chegando com dia e hora marcada. Mas lá no fundo a gente sabe que este dia se avizinha...
Aquela dor que não é nem tua nem minha, que já foi embora, mas, de vez em quando, regressa para dizer-nos que ainda somos humanos. Que temos sangue no corpo, vísceras, entranhas, coração vivo que pulsa e sangra e que a alma não está morta, pois o sangue verte dos olhos e caí pelo rosto...
Tem dias que o sofrimento passado faz aniversário e bate à porta... Entra de vagarzinho e ocupa o lugar vazio no sofá da sala.
Ele chega com bagagem, com aparência famigerada e uma face meio apagada pelo tempo... Põe suas angústias sob nosso ombro e deixa-nos desperdiçar uma lágrima... Abre de impulso a mala de lembranças daquela velha esperança e em nosso colo despeja memórias embranquecidas, ruídas, quase esquecidas...
Quase! Mas ainda permanecem ali, vivas. Fazendo aniversário.
Há dias em que o sofrimento ressurge e quer brindar conosco. Levanta a taça e entoa: "Voltei! Senti saudade..."
Pois bem, que posso dizer-lhe eu? O que a educação me ensinou dizer a quem me visita?
Hora: "Seja bem vindo!" (...)
Ah sofrimento! Acolho-te em meu peito de tempos em tempos, bem sei que foste meu fiel companheiro. Mas por hora senta-te, coma, beba, chore e ria comigo... Depois recolha tua bagagem e vá. Eu ficarei bem até que novamente regresses... Espero que não tão breve vão-se os meses que marcam tua passagem e trazem-te a mim...
Tim-tim!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sobre o esquecimento




Deixe tudo para trás
Agora não mais importa
Esqueça o que falei
Passou
Não existe mais
Se perdeu
O tempo não volta

A chama apagou
O beijo secou
O prazer sumiu
O céu esfriou
O mar congelou
A lua caiu
A morte viveu
O corpo queimou
O desejo morreu
O amor sucumbiu

Não importa...

E o tempo?
O tempo passou...
Desse tempo se fez o ontem.
E o ontem?
O ontem não volta.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Drinque






Entre.
Deixe os medos lá fora
Deixe em mim teu beijo
Teu cheiro
Tua marca


Fique.
Mande as inseguranças embora
Fique em meus braços
Em meu leito
Hora após hora...


Tranque a porta
Perca a chave
O juízo
A direção
Perca a cabeça


Mate minha sede de te amar
Tire-me o chão
O fôlego
A cor
O ar
A respiração.


Tire-me a vergonha, a roupa.
Se perca e se encontre no caminho até a minha boca.


Venha, tome um drinque,
Tranque a porta
Segure minha mão.
É madrugada lá fora
Amanhã tu partes, eu vou embora.
Mas agora, fique.
Amando-me ou não.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Meia verdade




Há coisa mais bonita que uma verdade dita?

Só peço que compreenda
Não é amor o que espero
Eu somente quero
Que aos meus pés se renda!

Partner




Dança desacompanhada
Minh'alma ao encontro da tua
De olhos fechados
Embriagada


Baila descompassada
Minh'alma ao serestar da lua
No conduzir de teus passos
Enamorada.


Vaga pelas calçadas
Minh'alma completamente nua
De pés descalços e olhos atentos
A procurar pela tua

Corre pelas madrugadas
Minh'alma por becos e ruas
Deixando rastros e restos
Para que a encontres e a faças tua.

E pela eternidade
Dance quem sabe
Minh'alma acompanhada.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Passado a limpo



Havia um tempo...
No qual o amor fora pecado
A amizade traída
O coração arruinado
O orgulho ferido
A confiança quebrada
O amor matado.


Havia um tempo...
Onde a esperança se perdera no passado
O presente era incerto, doído.
A lembrança do ontem congelada
O futuro acabado, antes mesmo de começar.


Havia um tempo...
Que parecia tão longo
Uma dor calada que parecia nunca mais cessar.


Havia um tempo...
Sem saída
Sem caminho
Sem amanhã.


Havia um tempo...
Uma partida
Um Eu desesperado
Sozinho.


Havia um tempo em que pensei não haver mais nada...
Nada para fazer
Nada para amar
Nada para viver
Pois até mesmo a vida, naquele momento, me faltava.


Havia um tempo em que o coração pensou estar morto
Em que me vi sem rumo
Sem ar, sem sangue, sem corpo.


Havia um tempo sem vida.
Um tempo em que me vi perdida
Caída.
Com a alma me deixando, em dois, partida.


Havia um tempo em que pensei estar tudo acabado.
Sem haver remédio que curasse a dor de um coração despedaçado.


Havia um tempo em que não tinha saída...
A poesia ferida, calada, sofria. Aos poucos, morria.


Havia um tempo no qual me perdia.
Que achei ser para sempre, que não acabaria.
Um tempo de ilusão, de engano, no qual me prendia.
Sem guia, sem anjo da guarda, sem companhia.
Sem chegada ou partida.
Inerte.
Nem noite nem dia.
Vazia.


Havia um tempo que para mim foi carrasco.
Fez-me prisioneira, refém.
Dos meus medos, das minhas inseguranças, dos meus fracassos.
Minha culpa e de mais ninguém.
Um tempo padrasto.
Que castigou, maltratou e venceu-me pelo cansaço.


Houve um tempo em que acreditei estar morta.
Para a vida
Para o futuro
Para o mundo
Para tudo
E todos.


Houve um tempo no qual a história mais triste foi escrita e lá ficará.
A receber as marcas do tempo até ser apagada, esquecida e não mais revivida será.


Houve um tempo que agora é simples passado, morto e enterrado.
Houve um tempo para o qual futuro não havia
No qual um amor não haveria nem novas histórias mudariam a poesia...
Um tempo antes de virar-se a página e reiniciar a escrita.
Um tempo antes de salvar-me a vida.

(...) Continua nas próximas páginas...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Banquete



Para o meu deleite
Só peço que aceite
Pela madrugada
Meu corpo em banquete
Amor e mais nada!

De volta ao começo





Eu já falei de amor.
Já bati à tua porta.
Já fiquei e fui embora.
Voltei e parti na mesma hora.
Mas passou, acabou. Não mais importa.
Eu já falei de amor, mas esse tempo não volta.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Dos pés à cabeça



Despido do orgulho, do medo
Despe-me com olhos, palavras, dedos...
Puro objeto de desejo.

Feroz
Rápido e lento.
Deixa em minha boca o sabor de quero mais.
Aos poucos o momento de desfaz...
No esfriar do corpo
No passar do tempo.
Desejo forte e lento.

Fugaz
Quente e frio
Arrepia-me a pele, desfalece-me o corpo
Desejo morto
Caído a teus pés.

Não adormeça.
Apague-me e me acenda.
Estremeça.
Deixe-me louca, dos pés à cabeça.

E se eu falar de amor, esqueça!


sábado, 17 de dezembro de 2011

Beijo de Despedida




Eu vi o dia amanhecer e perguntei-me se você estava vendo também...
Vi o sol iluminar as minhas trevas ao despedir-se da lua e lembrei-me que você partiu sem despedida, sem minha mão acenando à sua...
Senti o calor do dia tocar meus lábios enquanto o vento afagava meus cabelos ao dizer-me: bom dia!
E percebi que você não estava mais aqui entre meus desejos e lembranças...
Constatei o que o coração não queria, aquilo que a razão já sabia...
Que você seguiu seu caminho se distanciando do meu.
Deixando aqui a saudade no lugar do beijo que sonhei ganhar, mas que não me deu.
Decidi, então, não te prender no pensamento. Nada esperar.
Vi ao longe, no horizonte, a distância que separa seus lábios dos meus.
E, em silêncio, lancei aos céus um beijo que será entregue no seu rosto quando o vento por você passar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Final Feliz



 

Quem sabe o fim da história?
O escritor que a inventa
O sonhador que a idealiza
O romântico que nela põe suas esperanças...

Quem pode me dizer o fim desta história?
Quem pode me dizer o melhor para nós dois?
Quem? Tu ou eu?
Ou será o ouvinte, o leitor o espectador?

Quem poderá me dizer o melhor para nós dois?
Quem saberá que este melhor já foi ontem ou virá depois?...
Eu não sei o que me reserva o destino...
Não sei o que virá para nós nas linhas tortuosas da minha escrita.

Quem sabe o fim da história?
Quem diz que sabe, mente.
Ainda estou pensando em algo mais interessante do que: “viveram felizes para sempre”!

sábado, 26 de novembro de 2011

Caligrafia






Queria te escrever um poema alegre o suficiente para nunca te ver triste
E forte para nunca te fazer chorar.
Onde cada verso fosse como um beijo que te aquecesse
E com tamanha paz para nele repousar.
Queria te gravar em cada letra para ter-te aqui para sempre...
Mas como sempre é muito quero-te apenas pelo tempo que durar.


Quero-te ontem, agora, amanhã e talvez depois...
Quero-te pelo tempo que for justo à nós dois.
Quero-te um pouco mais que ontem, bem menos que amanhã
Quero-te nas horas inteiras, nas tardes e madrugadas, nas semanas e feriados...
Quero-te nos meses e anos, no futuro, no presente e no passado.


Quero-te outra vez e todas as outras vezes que me quiseres...
Quero-te tanto e pouco e muito e tudo o quanto mais disseres.
Quero-te o bastante e tantas vezes quantas forem necessárias para não me esquecer.
Quero de ti tudo e não mais nem menos do que eu merecer.


Quero-te em grafia, em verso, em traço ser linha, poema, reverso.
Quero-te em mim poesia, escrita em meu corpo com tua caligrafia.
Quero-te em meu mundo com ou sem nexo...
Quero tudo o que tiver de querer
E quero, que mesmo ao reverso, me queiras também.
É só o que peço, que queiras a mim como te quero: tão bem!

domingo, 20 de novembro de 2011

Madrugada



Hoje a noite revirei nossas lembranças
Despi-me do medo
Senti teu beijo, teu cheiro, teu toque em meio as minhas inseguranças.

Esta noite colei as velhas fotos
Juntei os pedaços e cacos de um coração em destroços.
Rasguei tua roupa.
Chorei, gritei, te amaldiçoei.
Cuspi o orgulho, a vaidade, o eu te amo ainda preso em minha boca.

Hoje a noite a saudade bateu à minha porta
Abri o coração
Destranquei as janelas, o quarto, o corpo para a tua volta.
Sem orgulho, ou mágoa, despida da vergonha, nua.
Vesti-me de velhas fantasias minhas e tuas.
E pedaços de sonhos de nós dois.

Esta noite tua lembrança fez ronda lá fora.
Tua voz chamando meu nome
Mandando a lucidez embora.
Noite longa de lembranças e saudades
Madrugada à fora.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Descuido




Ela pensava ter trancado a porta. Pensava ter trancado o coração, o corpo, a alma. Ela pensava estar segura, em seu mundo. Sozinha, protegida de tudo e todos. Separada dos sentimentos mesquinhos e pequenos que envolvem, iludem e ferem. Ela pensava...
Mas ele, o amor, estava a sua espreita. Feito menino zombeteiro, risonho, maroto, faceiro... Feito aqueles garotos arteiros que nos pregam peças. Feito criança travessa que engana nossos olhos e apronta suas artimanhas... e quando vemos a arte esta feita: a vidraça quebrada, o joelho esfolado, a roupa molhada, o beijo roubado... Quando vemos já era!
E foi assim que acontecera... e quando ela viu, a porta estava entreaberta.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desejo



Que louca vontade eu tenho de dar-te um beijo
Quando o brilho de uma vida inteira nos teus olhos eu vejo

Uma explosão em um rompante que não se propaga no tempo
Um arrepio, um calor, um lampejo...
Um sussurro levado pelo vento

O princípio e o fim através de um beijo
Que retrata a imensidão de um pequeno instante de simples desejo.

sábado, 29 de outubro de 2011

Reticências





Enquanto eu não colocar o ponto final ainda poderei reescrever a nossa história.


(...)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

É só poesia.







Não chore, é só poesia.
Não se apaixone porque eu não te pertenceria.
Não voltes, porque eu partiria.
Não diga que se importa, que sente falta, que se arrependeu...
Eu não sou mais a mesma, não sou frágil, deixei de ser engênua...
Não me digas nada porque eu não acreditaria.


Não me procure pra ti mudei de endereço, de nome, de caixa postal, cidade e telefone.
Não bata à porta, porque pra ti eu sou surda, pra ti não estou.
Pra ti não sou alguém. Sou nada! Não sou amiga, nem amante, nem musa, nem namorada.
Pra ti não tenho rosto, nem voz, nem cheiro, apenas vago à noite em teus sonhos, sussurrando em teu ouvindo sinais que despertam teu corpo. Pra ti não tenho corpo, nem coração, sou alma penada!


Cuidado! Não se encante por minhas palavras elas não te dizem nada!
Sou nada pra ti. Sou nenhuma, aquela que foi descartada.
Aquela que não existe, que não se sabe de onde vem nem pra onde vai.
Aquela que não te espera mais em casa, que diz adeus, parte, sai...


Sou aquela de quem terá saudade... Aquela que não tem mais piedade.
Aquela que emudeceu.
Que gravou com sangue seus versos em teu corpo. Aquela de quem lembrarás o cheiro, o toque, o gosto.
Aquela que tu não mereceu.


Sou aquela que a música não mais alcança. Minha alma ao teu som não mais dança...
Sou aquela que se perdeu.
Aquela que te apagou dos livros, das partituras, das rimas, do coração, do corpo e da alma.
Aquela que agora tem calma.
Aquela que tem tudo o que te falta.
Aquela que é tudo dentro do teu nada.


Aquela que na poesia encontra-se a chave e os segredos da alma...
Aquela sem lar, sem amarras, sem nau.
Aquela que é livre.
Livre de ti.


Não chore não porque o teu choro não me compadeceria...
Não chore não porque é só poesia.

domingo, 23 de outubro de 2011

Adeus







Algumas coisas deixo partir para não mais voltar.
Eu fico. Eu só preciso de mim para me reencontrar.

Adeus as meias palavras, aos meios amigos e aos meios amores.
As meias verdades, as meias vontades, as meias saudades...
Não leve nenhuma parte de mim contigo, pois não permito.
Partas sozinho, sem nada dizeres pois já me cansei de tuas meias palavras,
Vás devagarzinho, à tua maneira.
Eu fico. Eu só preciso de mim para me sentir inteira.