quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pobre Menina





Eu não tenho nada no bolso
mas tenho muito a te oferecer
Tenho as mãos repletas de sonhos
e sonho um dia te pertencer

Eu não tenho nada nas mãos
mas tenho muito para te dar
Tenho um coração cheio de amor
um coração que só quer te amar

Eu não tenho muito para te dar
Eu não tenho nada a te oferecer
Somente meu coração para te abrigar
E meus sonhos para te enriquecer

Eu não tenho nada para te dar
Eu não tenho muito a te oferecer
Somente a garantia de viver para te amar
E só morrer de prazer!


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Céu da Boca




Eu quero um "céu de Blues" repleto de estrelas...
Eu quero a noite encoberta, a rua deserta e sobre minha cama um manto de estrelas, mas se eu não puder vê-las que eu ouça a tempestade batendo em minha janela, que eu a veja lavando minha alma se banhando com a lua, tão bela!
Eu só quero que a lua me ilumine lá do céu, mas se eu não puder tê-la que minha sombra se reflita nas paredes do meu quarto em um sonho tranqüilo à luz de velas...
Eu só quero que a tarde passe suave como o vento, mas se eu não puder sentí-lo que eu veja as luzes se acendendo lá fora, hora após hora...
Eu só quero que o tempo passe, mas se eu não puder passar com ele que me seja permitido me olhar no espelho e orgulhar-me dos anos, me orgulhar do que ficou e não pesar o que foi embora...
Eu só quero para o hoje que ele passe como o ontem, e se eu não puder detê-lo que eu guarde em mim uma saudade do que foi bom...
Eu só quero um tempo para mim, só quero uma noite sem fim, com a cor do céu estrelado e com o som do vento... Quero um Blues tocando no fundo e minha alma dançando enquanto descanso meus pensamentos sobre meu travesseiro e vejo minha sombra, na parede, dançando alegremente com o vento, enquanto o tempo passa de leve e se eu não puder passar como ele que eu fique aqui e o assista partir junto com a lua...
E as estrelas?
Se eu não puder vê-las que eu possa desenhá-las, uma a uma, no céu da tua boca...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O caminho entre nós dois





O caminho entre nós dois
é tão difícil de atravessar
Não posso ir ao teu encontro
e não vejo você chegar

Esse caminho entre nós dois
é um obstáculo a alcançar
que me impede de ser tua
e não me deixa te amar

O caminho entre nós dois
É uma longa estrada para trilhar
Nos avistamos de longe,
mas sem nunca se aproximar

Esse caminho entre nós dois
é uma falha no tempo
que marcou nossa história
separando nosso antes do depois...


Alma Cigana





Minh’alma é cigana
Não tem porto nem morada,
Anda livre pelo mundo
livre, em paz e desacompanhada!

Minh’alma é cigana
não se prende por vontade
Anda livre sem amarras
deixando pra trás a saudade!

Minh’alma é cigana
anda livre pela estrada
Não finca raízes, não tem endereço
é sem destino, sem parada!

Minh’alma é cigana
não possui cara-metade
É livre e aventureira
seu compromisso é com a liberdade!


Alma Cigana, essa Liberdade é que tanto te engana...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Boneca de Porcelana





Eu posso não ser como você quer
Não ser quem você ama
Eu não sou como você pensa
Não sou boneca de porcelana
Eu não sou o que você acha
Não rio sem achar graça
Eu sou mais do que seus olhos podem ver
Não faço “tipo” pra você me querer
Eu não perco a minha fé
Por dentro posso estar quebrada
Mas, por fora fico inteira, permaneço de pé!

***

Sinto muito se não sou como você pensa,
mas se não quer me amar
Vai em frente, jogue a boneca no chão!
Jogue com toda força, não fique cheio de dedos comigo
Não finja ser meu amigo
Jogue a boneca no chão!
Jogue ela, de novo, fora se não a amar...
Garanto que ela não vai se quebrar
Sinto muito se não sou como você quer,
mas se não posso ficar em seu coração
Me tire da prateleira, nesse instante...
Eu não sou pra você
Não sou boneca de estante!

Dores do Silêncio





Um grito no silêncio
e a alma chora...
Chora!
Uma dor no escuro
e o coração chora ...
Chora!
Chora o coração
e a alma também chora...
Chora sua dor
Chora seu perdido amor
Chora!
Chora o corpo jogado ao chão
Chora!
Chora a dor que traz no coração
Chora!
Chora coração a dor da alma
e o corpo também chora...
Chora!
Um grito no escuro
e a alma chora...
Chora!
Uma dor no silêncio
e o coração chora...
Chora!
Chora a dor de um Amor
que também chorando foi embora.

Ouro de Tolo





Foi garimpando meus sentimentos que descobri que teu amor era sequer pedra bruta almejando ser diamante a iluminar meus dias...
Era sequer bijuteria.
Não era jóia rara, era feito lama, torrão de terra que a água lavou e levou...
Nada ficou!
Teu falso amor escorreu por entre meus dedos, pela peneira da vida, teu amor passou...
Passou!

Vento Norte




Vento Norte
Vento de mudança
Pare de dar falsas esperanças!
Pare de soprar em meu coração!
Pare de trazer a mim aquela velha ilusão...
Vento Norte
Vento de mudança
Pare de me dar falsas esperanças!
Pare de soprar em meu coração!
Pare de me levar na contra mão!
Vento Norte
Vento de mudança
Pare de me dar falsas esperanças!
Pare de soprar em meu coração!
Pare de me iludir com um amor vão!
Vento Norte
Vento de mudança
Pare de brincar com minhas esperanças!
Pare de brincar com meu coração!
Vento Norte
Vento que sopra forte
Levando para longe a minha sorte
Pare de soprar no meu coração!
Pare de entrar pela minha janela e jogar minhas esperanças no chão!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Além da Imaginação




Se eu fosse o mar...
Tu serias um barco à vela para em minhas ondas navegar
Se eu fosse o azul do céu...
Tu serias o branco das nuvens para em mim contrastar
Se eu fosse o vento...
Tu serias uma gaivota para, livre, em mim voar
Se eu fosse o tempo...
Tu serias o ontem que não consigo apagar
Se eu fosse a terra tu serias o mar 
Se eu fosse o mar tu serias o céu
Se eu fosse o vento tu serias o tempo
Se eu fosse o tempo tu serias o vento
Levando meu lamento pela terra e pelo mar...
Se eu fosse, enfim, teu princípio e fim
Eu viveria em ti como vives em mim...
Um amor em liberdade
Eterna felicidade que nunca teria fim...



***



Mas eu não sou mar nem céu
Não sou terra nem vento
E foi o tempo quem te levou de mim...
Fim!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Embaraço




Eu quero o gostoso embaraço
De me enroscar, me prender e me grudar
No teu abraço...
Eu quero este embaraçar
Em teu abraço me sufocar
Perder a calma e faltar o ar
No calor dos teus braços
Quero me aninhar
Ficar assim grudada em ti
Presa em teus braços
Amarrada em teu pescoço
Feito um laço!
No aconchego gostoso
Do teu abraço
Que é meu ninho
Meu lar
Nesse teu amar
Onde me termino e me refaço
Não preciso de muito para ser feliz
Desde o dia em que me quis
Eu só preciso do teu Abraço



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ilusões Letradas




No meu conto de fadas mais perfeito
Tu me amas como eu tenho direito
Sou tua Branca de Neve
És meu príncipe “eleito”!

***

Mas minha história é uma mera ilusão
Tu pegaste meu amor e jogaste fora
Atirando minhas esperanças no chão!
Deixando meu coração partido, foi-te embora.
Sem cavalo branco, sem beijo para trazer-me de volta à vida...
Apenas meu coração abandonado
Eterna ferida que não cicatriza.
Amor não consumado
Coração preterido...
Abandonado!
Humilhado, renegado coração...
Deixado por ti jogado
Partido!
Feito em mil pedaços espalhados pelo chão...

domingo, 17 de junho de 2012

Amor Livre



Não negarei o meu amor
Nem a ti nem a ninguém
Por mais que negue a mim mesma
Deixo claro ao mundo o quanto te quero bem!

Sou tua
Desejo o mundo
E não possuo ninguém!

Pintura Íntima



Eu vou pintar a intimidade num belo quadro
Dando cor ao prazer de dois corpos entrelaçados
Que exalte o desejo entre dois amantes apaixonados
Para que nunca mais alguém me diga que amar é Pecado!

Vinho, rosas, suor e Versos



Na terceira quadra de um soneto
Nosso amor ficou em êxtase impresso
Letra por letra tatuado em meu corpo
Palavra por palavra transformado em verso.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nevoeiro




Será que a noite contou ao dia como foi minha madrugada?
Deve ser por isso que o sol desapareceu...
Será que a lua disse ao sol cada dor que chorei calada?
Deve ser por isso que o sol se entristeceu...

Será que a noite contou ao dia o que me aconteceu?
Deve ser por isso que o nevoeiro apareceu.
Encobrindo a cidade
Trazendo saudade
Escondendo a felicidade
Ó nevoeiro porque faz tanta maldade?
Dissipa as nuvens, deixa vir a claridade.
Deixa o sol brilhar aquecendo a cidade.
Deixa ele te aquecer também, deixa ele te dar visibilidade...
Deixa as lembranças para trás, transforma as nuvens negras em uma simples
SAUDADE...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Folhas de Outono




Abri minha janela e minha surpresa foi tamanha
A manhã estava fria, cinzenta, estranha...
As cores haviam sumido
Para onde foi o brilho todo, o colorido?
Os passarinhos não cantam o nascer do sol...
As aquarelas que tingiam as flores
Agora cobrem o chão...
E galhos secos balançam ao vento...
Culpa do tempo que trocou a estação...
Levou embora minha primavera
E com ela a alegria que aquecia meu coração
Agora não é o sol que vem tocar minha pele
Mas o vento que corta o rosto
Que move as folhas secas pelo chão
Rosto com linhas finas de expressão
Linhas que marcam o tempo, os anos, não importando a estação
Minha roseira parece morta
E meio torta se verga ao chão
Feito minhas esperanças que rolam com o vento
Junto com as folhas de outono
Que de tempo em tempo...
São renovadas pela nova estação.

Andarilha Errante




Ando por aí a procura de olhares
De lugares pra chegar
Porta aberta, pouso
Um aconchego gostoso
Onde possa descansar
Ando por aí a procurar por mim e por ti
Por estradas de poeira, onde sonhos se constroem
Se destroem, se camuflam na paisagem
Miragem tua logo à frente
Me diz pra caminhar
Caminho sem destino
Sem parar
Sem nunca te sentir
Te encontrar
Poder chegar...
Ando por aí, de lugar a lugar
A procurar...
Por amor
Por um lugar onde morar
Onde os pés possam parar
Criar raízes, repousar.
No aconchego de um abraço
Na cumplicidade de um olhar.
Aportar meus sonhos
Meus desejos e segredos
Construir meu mundo
Meu futuro
Este segundo em que me perco a sonhar.
Ando por aí a procurar
Por um lugar onde não falte
Um horizonte a me guiar!
Ando por aí...
Sou do mundo errante
Sou tua, embora distante
Andarilha amante!



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Rotina




As luzes da manhã me dão bom dia
O sol beija as rosas, as flores, as árvores
O vento sacode a poeira, balança as roupas no varal
O Sol quente toca a pele, toca a alma, aquece o sangue
Pinta de amarelo um brilho infinito em meu sorriso
E o vento segue trazendo o cheiro do pão quentinho da padaria da esquina...
Traz também o cheiro de roupa limpa que ficou voando no quintal...
O vento traz até mim teu perfume num ritual de encontro matinal.
E a vida segue seu curso de esquina a esquina...
O barulho dos carros, das gentes, das mulheres e seus saltos altos...
É o transito, o corre-corre, as buzinas!
É a vida em seu ritmo habitual.
E eu sigo ouvindo o tic-tac do relógio
O toc-toc das portas em seus infinitos corredores do prédio da faculdade.
Sigo deixando para trás o barulho do meu salto-alto
Sigo deixando o rastro doce do meu perfume
Sigo deixando a saudade e os segundos que não voltam mais
Sigo deixando as horas, as pessoas, os momentos, os rituais matinais.
Eu sigo pelos corredores, passo as portas, entro no carro, pego a avenida...
Eu paro no sinal da padaria da esquina...
E eu sinto o cheiro do pão quentinho saindo do forno...
Eu vejo as gentes, as coisas e seus rituais...
Eu volto pra casa
Eu tiro os sapatos
Eu sento na cama, me fecho no quarto...
Eu sinto teu perfume, minha pele aquece, o sangue ferve...
Eu abro meus olhos, que luz é esta?
Rompendo a janela são raios de sol!


domingo, 6 de maio de 2012

Fender






O silencio lá fora me diz que já é madrugada
Embora eu não veja o ponteiro do relógio se mover
Ele ainda marca a mesma hora da fria manhã em que partiste
Sorrindo acordaste e sorrindo foi-te embora...
Faz madrugada lá fora e as ruas vazias te chamam
Proclamam teu nome!
O ego que inflama
O orgulho que cega com a fama.
Faz madrugada lá fora
Faz silencio aqui dentro
Só meu coração que grita, chora!
E no silencio eu escuto as risadas, os estilhaços de copos, garrafas, gritos, aplausos...
Tudo efêmero... Falso!
E eu nunca quis te ver sofrer.
Eu nunca quis te fazer sofrer...
Eu nunca quis te ver morrer...
Eu nunca quis te perder
Dói não te reconhecer...
Dói não te ouvir
Dói te sentir...
Dói ver te vender...
Como doeu te perder...
Dói te querer,
Fender!

Não vibramos mais na mesma freqüência...

Tu partiste sem mim
Deixando-me assim, coração em frangalhos!
Dos sonhos que nós tínhamos
Um restou esquecido
Nosso amor, "carta fora do baralho"!

sábado, 5 de maio de 2012

Retrato





Esta manhã olhei o teu retrato
Ainda não acabado
Faltando retoques finais
Vejo-te embaçado
Atrás das lentes de meus óculos
Por tanto ter chorado
Lá está o falado quadro
Que fiquei de terminar
Como o que por ti sentia
Que não consigo abandonar
Rabisco-te toda a noite
Mas sem nunca acabar
Na esperança que regresses
Antes da tinta secar
E se nunca mais voltares
Nem se quer para buscá-lo
Eu hei de te manteres
Eterno ao meu lado
Em uma noite qualquer
Quando a saudade vier
E ver-te inteiro em minha mente
Hei de te sentir presente
Ver-te a me encarar de frente
Sorrindo calado
Pendurado na parede
Pois no coração já estás gravado
Desenhado pelas mãos de Deus
Com tinta permanente!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Em Verso e Prosa




Eu sou um livro aberto
A espera de ser lido
Reservo-te uma surpresa a cada página
E uma personagem diferente por capítulo!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fim




Vou dar a mão à palmatória
Admitindo ser passado
A nossa história
Vou me deter nos fatos
Esquecer tuas juras de amor
Somente palavras levadas pelo vento
Vou me agarrar aos teus atos!
Vou te odiar!
Vou mentir pra mim ao te repudiar
Quem sabe assim aprendo
E te enterro de vez no passado.
Onde é o teu lugar
Onde deves ficar
Onde preciso deixar
Tuas lembranças
Os cacos desse velho amor
E minhas inúteis esperanças
Quem sabe assim aprendo!
Quem sabe a um novo amor me rendo!
Quem sabe assim encerro nossa história
Quem sabe escrevo outras
Com mais amor, cor e glória.
Mas hoje fecho este capítulo
Fecho os olhos
Fecho a porta
Rabisco minha escrita torta
E te enterro no passado
Em uma triste história
De um livro já fechado
Capítulo encerrado
História morta!
Morre a escrita
Não se encerra a vida!

All Star




Vou calçar meu All Star
E sair por aí
Pelas calçadas andar
Rolar em becos
Vasculhar sarjetas
De boteco a boteco
A te procurar
Quem sabe eu te encontre
Não sei onde de mim se esconde
Mas espero que meu coração te encontre
Já que ouço teu velho violão a me chamar!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Doce Mentira




Que doce mentira
Tem o sabor do teu beijo
Que doce ilusão me prendia
Na tirania de teus efêmeros desejos



Uma meia verdade
A meia luz
Uma doce mentira
Que encanta, e
nvolve, seduz!



Uma tarde que pareceu verdade
Uma noite que se desfez em mentira
Um amor que virou saudade
Um amor que nem existira.



Uma meia verdade não dita...
Uma mentira inteira, mas tão bonita!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ciranda de Sonhos





Menina com que sonha?
Que a leva a pensar
Debruçada na janela
Olhando a lua e a sonhar?

A sonhar com aquele beijo
Que nem se quer aconteceu
Se perguntando por que o amor
Nem nascera e já morreu

Ó menina por que chora?
O que foi que ela perdeu?
Foi o menino que partiu
E nem ao menos disse Adeus!

Que menina sonhadora a que olha a lua da janela...
Não sabe a pobrezinha que tem um menino sonhando com ela!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Tudo e Nada






E o que mais dizer de mim?
Se me sinto perdida sem ti...
Sem saber quem sou
Quem fui
Quem serei
Ou pra onde vou?
Desde que partiste meu sol ofuscou
Minha lua do céu caiu

Meu mar congelou
Meu corpo morreu
Enrijeceu
Na tua falta
Na tua ausência
Na tua partida
Dor
Luto
Infinita despedida
Imóvel
Meu corpo te espera
Meu coração te guarda
Meu desejo te quer
Ser tua
Só tua
Sempre tua
E com nenhum outro me sentir mulher.
Ser tua amante amada
Ter tudo contigo sem ter nada!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

E por falar na falta que tu me faz....




É tão bom poder sentir falta...
Faz aumentar o desejo por amar
É melhor ainda saciar esse desejo
Em teus braços poder me reencontrar.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Vestida de Versos



Vestida de versos eu vim a este mundo
Vim para amar e falar de amor
Respirar amor
Viver amor
Sentir amor
No meu íntimo mais profundo.

Vestida de versos para a beleza da poesia ser minha
Para que minh’alma tenha encanto e leveza
Para nas letras encontrar consolo e guarida
Para que mesmo ao morrer
Minha voz não seja calada
Ou minha imagem esquecida.

Vim ao mundo vestida de versos...
Para ter em meu corpo
O que no coração e na alma eu já tinha:
A Poesia minha!
Meu amor, minha vida.
Para ter nela companhia
Presença
Jamais solidão
Sofrimento
Ou partida.

Eu vesti-me de versos para o corpo aquecer
Deixei as vestes impuras caírem
O pecado original morrer
Trago a alma como ela veio ao mundo: nua.
Pura!
E em corpo
Em alma
Em versos
Sou por inteiro tua.

A tua voz que calas
A tua escrita morta
Por vezes enfraquecida, silenciosa.
Sou de ti como sou da poesia
Saudosa.
Sou tua amante e amiga
Sou teu outro eu
Aquela metade criada por Deus!

E se de ti for separada
Sozinha nunca serei
Vestir-me-ei da Poesia
Terei tudo que sempre amei!

Tenho a Poesia na alma
Dádiva que Deus me deu!
Tenho a Poesia no coração
No corpo
Feito tatuagem sob a pele
Revestida por cada verso meu.