Era uma noite quente, verão, em pleno inverno. O corpo queimava feito brasa, labaredas incendiavam a estrada no caminho para a perdição, um atalho que levava ao inferno...
A escuridão tomava conta da noite, só dava para ver os faróis do carro iluminando o caminho que os levava para um lugar onde eles nem imaginavam. Naquele momento, o destino era incerto e o desejo, certeiro, uma curva perigosa logo em frente.
No carro, podia se ouvir, além da respiração ofegante dos dois, uma estação de rádio FM que tocava baladas românticas dos anos 80... A pouca luminosidade mostrava o velocímetro em 100km/h... Lá fora, paisagens distantes moviam-se depressa, sem nenhum sinal de civilização. Nenhum sinal de juízo, os dois já haviam perdido também a razão.
Ele dirigia às pressas, o pé no acelerador, as mãos firmes no volante e os olhos ora na estrada ora nas pernas dela à mostra em sua mini-saia.
De vez em quando, ele a olhava de lado e colocava a mão direita em sua coxa... Ela sorria e, naquele momento, pensamentos imprudentes passavam pela cabeça dos dois...
Ela sabia o que ele queria e ela queria exatamente isso: tirar-lhe o juízo!
A essa altura, o desejo entre os dois estava gravado no olhar, aflorava no corpo, exalava no ar...
Logo em frente, uma pequena estrada cortava a rodovia, aparentemente, fora do mapa. Aquelas estradas perdidas, rota sem saída!
Uma saída para o desejo que havia entre os dois e era impossível de se controlar...
Ele, novamente, a olhou de lado e colocou a mão sobre sua coxa. Antes que pudesse colocá-la de volta ao volante, ela o segurou e colocou sua mão entre suas pernas...
Ele não pensou duas vezes e pegou a estrada proibida, não havia mais saída!
Andou alguns metros e parou o carro, desligou as luzes e colocou a mão entre os joelhos dela... Ela destravou o cinto e prendeu as mãos dele entre os joelhos enquanto passava as unhas em seu pescoço e lhe dizia sussurrando em seu ouvido: “Se amar é pecado vamos incendiar o inferno... Deixa queimar!”
Ao longe, podia ser vista a fumaça do incêndio que os dois provocavam no banco de trás do carro e os gritos que quebravam o silêncio, naquele lugar deserto, não eram de dor.
De vez em quando ele ainda pega a mesma rota e quando passa sozinho, à noite, por aquela estrada pode ver o clarão do fogo daquela noite iluminando a madrugada enquanto uma voz lhe chama para pegar a “estrada para o inferno”...
É ela! Tentando lhe tirar o juízo...
Então, ele sorri e diz olhando para a estrada: “Se amar é pecado: Adeus Paraíso!”
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