sábado, 27 de outubro de 2012

Elegia





Esta noite, enquanto eu dormia
Meu sono foi penetrado
O silêncio do quarto quebrado
Por uma triste melodia
Meus ouvidos então aguçados
Começaram a te procurar
Pela noite vazia...
Eu vi vultos e ouvi vozes
Que romperam o silêncio e a escuridão
Eu ouvi o choro dos anjos
Que velavam por salvação
Eu chorei o choro dos anjos
Que imploravam por perdão...
No fundo, um timbre rouco e rasgado
Entrecortado, abalando as estruturas do coração
Não era angelical, tão pouco humano
Era um misto do puro e profano
Ora cantando a luz, ora a escuridão
Eu vi vultos e ouvi vozes
Eu chorei o choro dos anjos
Eu passeei por mundos sem salvação...
E quando me vi na mais profunda agonia
Sem alma, sem companhia
Eis que a melodia
Surgiu rompendo a devassidão
Eram acordes descompassados
Compostos por teu coração...
Enquanto eu dormia,
Tua voz me acolhia
Embalando-me na escuridão...
Era um misto de anjo e homem
Um amor que me consome
Tirando a paz do meu coração...
Enquanto eu dormia,
Tua voz fez sinfonia
Tirando-me a razão...
Era um misto de bem e de mal
Um amor e um ódio angelical
Que fez companhia
Em um mundo irreal
Enquanto eu dormia...
Uma melodia pairava no boreal
Tinha um ritmo marcado de tambor funeral
Um timbre rouco fazendo canto gutural
Acompanhava as trombetas dos anjos e dos guardiões
Que velavam os portões
de um mundo de sonho e fantasia
Enquanto eu dormia,
Tua voz me fez companhia
Entoando a canção da travessia
Do amor que morreu em nossos corações...


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