"Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos." Oscar Wilde Verba volant, scripta manent.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Abandono
Olho o céu escuro lá fora e imagino que se um coração pudesse ser visto triste, neste momento, o meu estaria assim, em tom de cinza...
Cinzas que restam de um amor que ontem já foi chamas...
Um dia foste meu lindo romance, meu conto proibido, meu amor, talvez hoje, inimigo...
Hoje foste apenas um homem amargurado que, como todos os outros, partiu meu coração. Fazendo do mais lindo conto de fadas um romance de quinta, um drama.
Paro para pensar e não consigo... Meu corpo está anestesiado, minha mente inerte, apenas meu coração se mantém vivo, pendurado a um fio de vida e, ainda, mesmo em meio a dor e a desistência, se mantém pulsante... chora, vibra, pulsa, jorra sangue...
E este pulso descompassado me corta o peito, me sufoca, me reprime... Sinto-me morta, atirada ao chão do meu quarto enquanto Moonlight Sonata embala meus versos, os últimos que te dedico.
Tento respirar para manter-me viva por mais tempo, na esperança de que a dor cesse e no amanhã encontre alento, longe do porto seguro que era ter-te..
Mesmo que este "ter" fosse apenas um sonho que minha alma acalentou secretamente, desde que te conheci.
Respiro a falta de amor, tua indiferença, a raiva e o rancor que senti em cada palavra tua e me alimento da dor e da tempestade que está por vir...
Ela me dará esperança de que as mágoas irão embora e que meu coração, que hoje chora, quem sabe, mesmo banhado em lágimas, volte a sorrir...
Sinto o cheiro da chuva que se aproxima... Ouço o ruir do céu e observo as nuvens "a correr" enquanto grito calada a dor de não ser amada por ti.
Agora, já passam das dezoito horas, o dia já foi embora e meu coração ainda chora. Inerte, entregue ao silêncio, escuto os pingos de chuva baterem em minha janela.
Ponho-me de pé, cambaleante, um sopro de vida que insiste em não me deixar me leva a sentir...
Sentir a chuva molhando meu rosto, confundindo meu pranto, enxugando meu choro, chorando meu canto, de nunca mais te sentir.
Já com o corpo cansado, entregue ao enfado, gelado a tremer o frio do teu "me querer"...
Avisto a rua deserta, nenhuma alma, nenhum som, nenhum perfume, nenhum sabor, nenhum tom...
Sozinha estou...
Há somente abandono, nada mais me restou.
Espero-te
Procura-me na noite que cai...
No silêncio lá fora...
No espaço entre os lençóis...
Procura-me quando a chuva tocar a vidraça
Quando o vento trouxer meu perfume
No barulho de passos pelo casa
Procura-me no suor de tuas mãos
No arrepio do teu corpo
No ofegar de tua respiração.
Procura-me no silencio da despedida
Na saudade da lembrança, à distância.
Na ausência, na carência...
Procure-me...
Pelas ruas, por dias infindáveis, por noites solitárias.
Procura-me...
No desejo, meu e teu.
Na saudade, minha e tua.
Na minha espera, sem a tua entrega.
Procura-me...
Enquanto te espero.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Me tens em tuas frias mãos...
Seguras meu insensato coração em tuas mãos como quem deixa a água escorrer por entre os dedos... escorre lágrimas, dores, saudades e um pouco de mim...
domingo, 16 de janeiro de 2011
Por enquanto...
Sou aquela que tem saudade...
Saudade de ti, de mim, de nós, de estar a sós, de voltar a ser só.
Saudade do amor, da amizade e das cores que um dia teve a felicidade...
Sou aquela que é tudo e nada. Sozinha, perdida, a espera de alguém...
A espera de um carinho, um amigo, um caminho, a eternidade...
Sou aquela que espera pela tempestade...
Que houve teu chamado a distância, sente teu medo, atende tuas súplicas, chora tuas angústias...
Te chama, te sente, te vê, mesmo tu não estando aqui, insanidade...
Sou a estrela apagada no teu céu...
A virgem despida, face triste, sem véu...
Sou uma voz presa em tua garganta, um gemido contido em teu corpo, o doce/amargo em tua boca.
Sou tudo em teu nada, mel e fel...
Sou a dor que teu corpo sente, o frio que faz tua pele arrepiar, a mão que te acaricia enquanto dormes, a ânsia que descompassa teu coração, a súplica que fazes ao lavantar...
Doce despertar...
Sou teu guia, tua bússola a cada novo caminhar...
Sou o sonho que te desperta e a força que te mantém seguro, te leva ao longe e te faz voar...
Sou tua, por enquanto tua, por hoje tua, amanhã tua, sempre tua, eternamente tua...
Tua enquanto eu te amar...
Sina
Descobri que se eu ficar sem escrever algo dentro de mim morre. Continuo existindo, mas deixo de viver...
Eu sou assim, sou meus sentimentos dentro de mim...
Sou Amor, verso, prosa, rimas, dor...
Sou a tradução do que sinto e a escrita é a minha sina..
Sina...
Assim como tu continuas em mim e eu, e alguma forma, sempre estarei contigo...
Sina.
Eu sou assim, sou meus sentimentos dentro de mim...
Sou Amor, verso, prosa, rimas, dor...
Sou a tradução do que sinto e a escrita é a minha sina..
Sina...
Assim como tu continuas em mim e eu, e alguma forma, sempre estarei contigo...
Sina.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Final Feliz
Amigos....
Venho neste momento escrever a todos que, de alguma forma, se identificam com minhas palavras, meus sentimentos, angústias, dores... Me coloco, sem máscaras, diante de todos aqueles que procuraram me conhecer, tentaram me entender, buscaram aqui poesias, palavras amigas, sentimentos... Me coloco diante de vocês para, mais uma vez, mostrar quem eu sou... uma louca de alma mutante, pensamentos dilacerantes que cortam corpo e espírito... Venho aqui sangrando e chorando para mostrar-lhes, mais uma vez, tristezas...
Isto alguma vez, foi útil a algum de vocês? Saber minhas dores?... Nem para mim!
Todos temos angústias, todos choramos, apenas alguns com mais intensidade. Alguns, assim como eu, não se camuflam, dão a cara a tapa. Mas, a verdade é que estou cansada de apanhar, da vida e do amor...
Se para escrever, tocar o coração das pessoas preciso estar com o meu em destroços... desculpem-me, mas, a partir de hoje, deixo a escrita. Rompo com a poesia, abandono o Amor.... Afinal, ele nunca esteve ao meu lado...
De tudo que já observei e vivi, sei que existem pessoas com o "dom". O dom da música, o dom da poesia, o dom de amar, o dom de saber ouvir, o dom de transmitir Paz, O "Dom" de ser Feliz. Existem pessoas assim, diferentes de mim...
Ouvimos dizer "que há um mundo lá fora", a nossa espera... Existe sim, mas não pra mim. Não fui feita uma pessoa com o "dom". Não recebi o dom de conhecer alguém especial, ou de me tornar especial para alguém... Não recebi o dom de trazer em mim a felicidade ou de fazer felizes os que estão a minha volta... Não recebi o "dom" de ser uma boa companhia, daquelas divertidas que os amigos desejam ter por perto, quase nunca recebo convites para sair, raramente meus amigos têm tempo para mim... Afinal não tenho o "dom"... Não tive um verdadeiro amor, não tive um amigo leal, que não fosse embora quando eu precisasse... Não tenho momentos felizes para recordar, nem do primeiro beijo, nem da primeira vez... Como disse, não possuo o Dom de me fazer amar...
Amei sem nunca ter sido amada. E boba, acreditei que pudesse ser feliz sozinha, mas com o amor em meu coração... Mas como não nasci com nenhum "dom" até mesmo o amor me destrata...
E eu cansei de ser a "boazinha" para o amor... cansei de acreditar nele. Cansei de acolhê-lho em mim quando precisa. Cansei de afagá-lo e depois ser chutada. Cansei da dor que ele me causa há muito tempo...
Sei que muitos tem dores, medos e angústias a meses, assim como eu, só que eu cansei de lutar uma guerra vencida. Eu perdi para o amor... Ele quer bem as pessoas com "dom", nunca quis a mim... Agora que compreendo, ao amor e a dor, darei fim.
Não sou como as princesas dos contos de fadas que sempre li. Não nasci para um belo romance. Não sei escrever a mais belas das histórias, tão pouco protagonizá-las, não sou atriz de cinema, não faço par com um galã de Hollywood, não sou aquela que o príncipe encantado salvará, não sou a musa inspiradora dos poetas, não sou aquela para quem se compõem músicas, não sou a mocinha que vive um final feliz, não sou tua porque nunca fui amada por ti.
Sabemos que tudo na vida é feito de ciclos, amigos me dizem isto. Encerra-se um ciclo para que se comece outro. Como meu último pensamento, enquanto poetisa e escritora, encerrarei um capítulo. Fecharei as cortinas até um próximo ato, na esperança de que a próxima página reserve a minha personagem, um novo Recomeço...
Recomeçar, Renascer, Reviver...
Ouvimos dizer que tudo na vida tem um motivo, que nada é por acaso, que nada acontece sem ser da vontade de Deus...
Então, mesmo sem "Dom", nasci com um propósito, maior do que viver com o coração partido, mostrando ao mundo minhas dores... Eu irei encontrá-lo, ou morrerei tentando...
Prometo a vocês e a mim, este Recomeço... A final de contas, se nada é por acaso, carrego este nome por algum motivo... Pois quando nasci, meu pai havia escolhido para mim o nome de "Débora"... Acredite, era assim que eu me chamava... Minha mãe, porém, não gostava, costuma dizer até hoje que lembrava a ela uma abóbora (rsrs)... Então, após muitas discussões, passaram a não me chamar de nada e fiquei por um tempo sem nome, sendo chama de "menina"... Até que, minha avó pôs fim a este capítulo e decidiu que eu me chamaria "Renata: que tem origem no latim e significa renascida". E é isto que eu sou desde então... Um ser humano inquieto, com alma mutante... vou de extremos em um único instante, do ódio ao amor, da alegria a dor, sem jamais perder as esperanças de recomeçar.
Hoje encerro este capítulo, amanhã abrirei o livro, novamente, e terei a minha espera uma página em branco e muitas esperanças para por nela um recomeço...
Amanhã, saírei do casulo, romperei amarras e correntes e alçarei vôo, sozinha, como sempre fui, mas com esperança.
Mas amanhã...
Hoje aguentarei, pela última vez, esta dor que trago no coração a meses, a dor de um desamor... Mas amanhã deixarei o amor para quem tem "dom", não sei se o final da história será feliz, apenas sei que o amor não é pra mim... Eu nasci sem "dom", nasci com alma inquieta, nasci com uma busca incessante por algo, nasci com um desejo sedento de liberdade, nasci sem porto, apenas de passagem... E amanhã passarei por aí, talvez o amor me veja, mas espero que não me reconheça, porque eu mudei.
Há um mundo a ser descoberto lá fora, um mundo para os que têm o "dom" do amor e da felicidade... Eu tenho um mundo. É nele que me sinto segura, um mundo preto e branco como nos filmes mágicos de Chaplin... Um mundo que é meu de mais ninguém, um mundo sem cores, no qual não entrará mais falsos amores, um mundo seguro dentro das paredes do meu quarto... E todos os dias, pela manhã abrirei as cortinas para um novo ato... E quanto a lua se fizer presente, será hora de eu conversar com ela, despedir-me dos sonhos, fechar as janelas e encerrar mais um capítulo.
Eu sou assim, sorrio, choro, morro, me mato, renasço...
Tenho começo, meio e fim!
Nem toda a boa história precisa de um Final Feliz...
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Alma de poeta, olhos de pintor, coração de músico...
Procurei por muito tempo alguém...
Alguém que aparecesse em um dia de chuva,
Um viajante que desbravasse tempestades.
Que fosse atraído pelos sons dos trovões, em vez de ter medo deles.
Alguém que viesse com cheiro de terra molhada,
Com olhos banhados de lua,
Com lábios orvalhados de beijos roubados...
Alguém que, assim como eu, também chorasse e entendesse o pranto da chuva.
Alguém que fosse capaz de me desvendar por inteira...
Capaz de me ler nas entrelinhas...
Alguém sem medo de me amar,
E com forças suficientes para por mim lutar...
Alguém que me entendesse em um simples gesto, em um olhar...
Alguém que fosse capaz de suportar minhas crises e inseguranças...
E que me acolhesse nos braços, feito criança, sempre que eu fraquejar.
Alguém que me veja como um belo romance...
Que me decifre e devore como um capítulo de um livro...
Alguém que me desenhe e me pinte em vários tons e nuances...
Que faça de mim sua pintura em tela, entre todas as paisagens, a mais bela...
Alguém que me eternize em prosa, verso e rimas...
Alguém que todas as noites me dedilhe, fazendo do amor nossa sina.
Alguém exatamente como você.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Saudade...
Hoje eu retornei a escola e revi meus anjos, meus ex-aluninhos do Maternal, não os via desde o dia 17... Assim que cheguei, parei à porta e eles já fizeram festa, o que foi maravilhoso, percebi que não irão me esquecer... Quando entrei na sala um deles me disse:"Profe, guarda a bolsa no armário!" E eu respondi: Vamos lá com a profe guardar a bolsa. Então fui até o armário e depositei a bolsa na primeira prateleira. E, então, tive uma surpresa. Ele me corrigiu: "Não profe, não é aí..." E pegou minha bolsa e a colocou no lugar que eu sempre guardava, na ultima prateleira, sob a caixa de revistas...
Senti a vontade de fazer várias pessoas guardarem suas bolsas... vários amigos, todos aqueles que, de certa forma, se tornaram "ex-alguma coisa" em minha vida, todos aqueles que precisaram partir. Gostaria de reencontrá-los. Gostaria que guardassem, junto a mim, suas bolsas, bagagens...
Eu sempre aprendi muito mais que ensinei. E com meus picorruxos aprendi a amar, a manter viva a inoscência, a alegria e espontaneidade de ser criança.
Este anjo tem apenas três aninhos de idade, não conhece ou compreende muitas coisas, mas já sabe o que é afeto, carinho, amor. Já sabe o que é sentir saudade, sentir a falta de alguém. Ele pode não saber muitas coisas, mas sabia que se eu guardasse a bolsa, eu ficaria por um tempo com ele... Era isso que ele queria, passar um tempo comigo, apenas um pouquinho de tempo. Quantas pessoas querem um pouquinho de atenção, um pouquinho do nosso tempo e, na correria do dia-a-dia, não "largamos nossas bolsas".
Mas ele sabia que, todos os dias pela manhã, eu chegava, ia até o armário, guardava minha bolsa e então passava um tempo com ele. Ele sabia também que quando eu ia até o armário e apanhava a bolsa de volta, era hora da profe despedir-se. Sempre quando os deixava com a profe da tarde, ele me dizia: "Tu já vai pra tua escola profe?" E eu, segurando a bolsa, dava um beijo nele e dizia: "sim, a profe vai pra aula, amanhã a profe volta."... Hoje, porém, eu saí apenas com o beijo e ele, em sua inocência, nada me perguntou.... Não podia dizer-lhe a profe não volta mais... Até porque, terei de reencontrá-lo um dia, e não importa quanto tempo tenha passado, eu reconhecerei aquele sorriso que, tantas vezes, me iluminou...
Agora só me resta largar a bolsa, de vez em quando. Dar tempo àqueles que amo e esperar que possam fazer o mesmo por mim...
Conhecemos muitas pessoas ao longo da vida. Algumas permanecem pouco tempo conosco e precisam ir embora. Algumas voltam, outras partem para sempre... Outras novas aparecerão...
Muitas pessoas eu deixei ir embora este ano e muitas foram sem a minha permissão...
Como eu queria que regressassem... como eu queria vê-las guardando suas bolsas. Teria certeza que ficariam comigo enquanto Deus permitisse...
Um Feliz Natal a todos, que O Senhor Jesus renasça e permaneça vivo em cada um de nós.
Obrigada por me ouvirem...
sábado, 18 de dezembro de 2010
Queridos amigos e visitantes,
Quero pedir desculpas a quem acompanha e visita meu cantinho de sentimentos a cada dia, sempre com muito carinho... Sinto não ter nada de novo para mostrar-lhes... Sinto não conseguir me mostrar neste momento... Não tenho escrito... tem um bloqueio entre meu coração e meu pensamento. Uma duanidade...
Prometo a vocês e a mim, voltar a escrever o mais rápido possível, antes que eu enlouqueça, antes que eu morra.
Se as palavras me forem tiradas, como irei lutar com o mundo? O amor precisa de coragem, de asas e de palavras para se mostrar...
Até breve.
Quero pedir desculpas a quem acompanha e visita meu cantinho de sentimentos a cada dia, sempre com muito carinho... Sinto não ter nada de novo para mostrar-lhes... Sinto não conseguir me mostrar neste momento... Não tenho escrito... tem um bloqueio entre meu coração e meu pensamento. Uma duanidade...
Prometo a vocês e a mim, voltar a escrever o mais rápido possível, antes que eu enlouqueça, antes que eu morra.
Se as palavras me forem tiradas, como irei lutar com o mundo? O amor precisa de coragem, de asas e de palavras para se mostrar...
Até breve.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O céu também chora...
Mais uma vez chegou a noite e a chuva cai lá fora...
Aqui dentro, em meio ao conforto e ao calor que sinto, nada basta e ninguém me consola.
Os pingos caem e eu os vejo através da vidraça...
Em meio a um desatino, sinto uma dor que me arrasa.
Começo a ver as imagens nubladas, a sentir meu rosto molhado...
Percebo ser mais uma fase...
A volta da melancolia, do desespero e da solidão.
Sinto não ser a chuva que lava minha alma, são lágrimas rolando em minha face...
Lágrimas que traduzem meus sentimentos, um tormento.
É o triste choro de um coração.
Me ponho a pensar nos motivos que fazem chorar...
O por quê das perdas, das angústias e das mágoas sentidas? ...
O porquê deste vazio e desta falta que sinto no peito, que trago na alma...
Será que vale a pena amar?
Se alguém é feliz comigo e se minha felicidade existe. Se não estou sozinha agora, como posso estar tão triste?
Me pergunto o porquê dos trovões... O que será que eles pensam da chuva? ...
E as lavas serão as lágrimas dos vulcões?
É... o céu também chora... Mas qual será o motivo?
Será o mesmo meu, a razão de não estar contigo?
Aonde estás que não te encontro?
Não vejo teu rosto nas mais belas paisagens, tão pouco, nas piores já vistas...
Estás vivendo ou levando a vida... Será que são opções normais? ...
Me pergunto se és alguém que sentes o pranto da chuva... O que pensas quando o céu escurece?
Será que molhas teu corpo? Alguma vez, já molhaste teu rosto assim?
Se aconteceu, é claro, não foi por mim...
Enquanto a chuva cai, a noite se despede... o tempo passa, quanta coisa acontece... E nós dois não existe mais...
Irei parar de formular perguntas e te dar respostas, não vale a pena sofrer.
O tempo passa, a chuva continuará caindo, mas sol, ainda, irá nascer.
O céu também chora, acredite quem quiser.
Nesta noite, meu olhar de menina foi transformado em uma lágrima de mulher...
Escrito em Jan/2000
domingo, 21 de novembro de 2010
O verbo intransitivo.
Hoje venho escrever palavras soltas, desconexas, sem rimas, sem me preocupar com a métrica...
Hoje quero apenas falar de coisas da vida, do cotidiano. Quero apenas falar de sentimentos. De coisas que nosso coração sente, percebe, vive... Coisas que não entendemos, mas que tentamos, a todo custo, explicar... coisas que dão sentido a vida.
O amor dá sentido a vida.
Amar dá sentido a vida.
Ser amado, então... é gratificante.
Amar sem ser amado é mortificante, mas ainda é bem melhor que não saber amar.
Eu amei, amei demais... sofri, não nego... mas pior teria sido passar pela vida sem ter vivido, sem ter sentido o que senti... sem ter te conhecido. Eu amei. E, por um breve instante, fui tão feliz...
O amor é benigno. Faz bem a mente, ao coração, ao corpo e a alma.
O amor não sente mágoa, não guarda rancor, não castiga, não deseja o mal, não quer troco ou vingança, não vê maldade, não fala mal, não culpa, não julga, não aprisiona, não cobra, não pressiona...
Amor é desapego.
Amor é caridade, é compaixão.
Amor é liberdade, é soltar as amarras, romper as correntes, abrir as algemas... é permitir que o outro se vá, se isto for o melhor para ele. É desejar o bem. É querer vê-lo feliz, mesmo longe, mesmo em outros braços.
É aceitar que cada um faz suas escolhas, tem seus sonhos, sua individualidade. Cada um tem sua vida além do outro. É estender-lhe a mão, é oferecer o ombro, a amizade se for disto que o outro precisa, mesmo não sendo o que precisamos, o que queremos... Amar é abrir mão de nossos sonhos, vontades pelo bem estar de quem amamos. Amar é se doar... Amar é querer bem. É desejar o bem de quem se ama.
Amor é igualdade.
Amor é Respeito.
Amor é confiança.
Amor é cuidado.
Amor é proteção.
Amor é zelo.
O Amor é completo e, portanto, completa.
Qualquer coisa diferente disto não é amor.
Ás vezes, confundimos uma atração, um gostar, uma paixão com amor... Mas aí está a diferença entre uma avassaladora paixão e o amor...
Vejamos agora o que é a paixão...
No início é euforia, alegria, curtição, pura exitação... É estar-se feliz. Agarradinho. Quer se estar junto o tempo inteiro. Tudo é sorrisos, festas, agitos... "Ah eu gosto disto: Bah, eu também." Pura identificação... Ah, quanta confusão! rs
Os dois vão juntos pra todo lado. Vivem tudo que há para viver, aproveitam ao máximo, se curtem ao máximo... o que fica? O mínimo...
Pouco tempo depois, não há mais nada a descobrir, nada mais de novo para viver... Cadê aquela alegria?; Aquela euforia?; Onde foram as festas, os risos?; E aquela identificação?... Era apenas curtição!
Tudo deu lugar ao vazio... E com ele vieram as discussões, as picuinhas, as inseguranças, as brigas... O resto você sabe, já conhece bem...
A paixão prende, sufoca, aprisiona, cobra, limita, impede, se esgota...
A paixão é ciumenta, possessiva, insegura... Ela não completa. Não dá sentido a vida.
Quando ela se vai, nada resta, nada fica, nada sobra. Nada...
Mesmo assim, ás vezes, precisamos nos apaixonar. Precisamos perder, sofrer... para aprender a Amar.
Entre todos os sentimentos, ainda, prefiro Amar... Ainda continuo amando... Completa.
...
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Reencontro
Almas Gêmeas
Sempre acreditei em Alma Gêmea. Em alguém separado de Deus para cada um de nós...
Sempre sonhei que em algum lugar, alguém estava a minha espera... alguém me aguardava, alguém também sentia minha falta e por mim, desesperadamente, buscava.
Quantas vezes, à noite, ficava sozinha, em um cantinho, em silêncio, olhava o céu e pensava que alguém, em algum lugar, fazia o mesmo e sonhava...
Quantas vezes, pedi à lua e às estrelas para te encontrar...
Quantas vezes, supliquei que elas te levassem um beijo meu com um pedido para me esperar...
Se ficou, em algum momento, ou por toda a vida, olhando o céu, à noite, e sentindo saudade, sem saber de que, saibas, agora, que eu também sentia e, de longe, teu choro ouvia, em uma linda e triste melodia...
Linda melodia que, tantas vezes, embalou meu sono em silêncio...
Linda melodia que me fazia sonhar acordada e, ainda, sonho e espero por ti, cantando uma canção calada.
Quantas vezes, sentia como se algo me faltasse... quantos dias acordei sentindo uma nostalgia de algo ainda não vivido, pelo menos, não nesta vida... não ainda, mas sentia.
Sentia um vazio que queria tanto preencher, uma lacuna, um pedaço de mim que precisava encontrar... que não sabia aonde estava, mas que existia e que ia, um dia, me encontar...
E você me encontrou... e agora sei que tudo isso também sentia. Só que não sabia como me dizer, assim como, não vi, ou vi tarde demais, que era você... era você quem eu procurava.
Procurava em cada olhar, em todos os rostos desconhecidos, nos risos de alegrias, nos beijos errados, em tantos carinhos trocados, em lugares aonde você não estava...
Mas eu procurava...
Procurava aquele rosto que nunca consegui ver em meus sonhos... aquele homem que sempre cuidou de mim, desde menina, e que me disse que estaria comigo, um dia...
Então eu procurava...
Procurava por alguém sem rosto, sem nome. Por alguém que, assim como eu, quisesse amar...
Eu procurava tanto que não vi você chegar. Quando vi foi tarde, você não estava mais lá...
Pra onde você foi levando um pedaço de mim?
Será que não viu que não sou nada sem ti?
Será que não me reconheceu?
Será que nosso Amor se perdeu?
Cadê você Alma Gêmea?
Venha me encontrar...
Ainda fecho os olhos quando a lua desponta e quando ouço a melodia tocar, sou chamada, por ti, aquele mesmo lugar...
Avisto o verde gramado, as árvores, os pássaros, o lago... e quando corro contente sinto que te verei, mais a frente, vindo me abraçar...
Só que agora já conheço teu rosto, já sei o teu nome, mas é de Amor que irei te chamar.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Almas Gêmeas
Almas Gêmeas... Você acredita? O que significa o termo "Alma Gêmea" para você?
Será que é alguém exatamente igual a nós... Uma versão feminia e masculina de um mesmo ser? Acho que não. Já pensei assim, que minha Alma Gêmea, seria exatamente como eu. Que a reconheceria pelos mesmos gostos, por ter vivido e passado por situações pelas quais também passei... Não é apenas isto.
Alma Gêmea é aquela pessoa que você sempre buscou, sonhou em encontrar, mas que só receberá este presente de Deus quando estiver preparado, quando vocês dois já tiverem alcansado um amadurecimento pessoal e espiritual. Quando já tiverem vivido outros relacionamentos, outras experiências e tiverem certos do que querem. Quando quiserem se encontrar. Então se reconhecerão.
Podem se encontrar na fila do cinema, em uma livraria, no trabalho, em uma viagem, em um grupo de amigos em comum...
Vocês se reconhecerão, não por serem iguais, mas por compartilharem dos mesmos sonhos, dos mesmos pensamentos, dos mesmos objetivos... Sentirão muita afinidade um pelo outro, muita confiança, muita admiração. Não conseguirão separar-se. Você vai querer estar com esta pessoa, todo tempo que puder, vai precisar falar-lhe, ouví-la, vê-la, mas sem possessividade, sem ciumes. Pois será um relacionamento baseado pela confiança, pela segurança.
Você reconhecerá sua Alma Gêmea, pela vida que vai ter ao lado dela e, principalmente, longe... Juntos serão mais fortes, realizarão seus sonhos com mais facilidade. Tudo fluírá fácil. Ao lado de sua Alma Gêmea os problemas não serão tão grandes, porém longe um do outro tudo se tornará mais difícil... Quando encontramos nossa Alma Gêmea e, por algum motivo, nos separamos é como se a vida perdesse o sentido. Nada mais tem graça. As coisas que antes nos atraim, nos distraiam não fazem mais sentido, não nos chamam a atenção... Tudo se torna vazio, triste. Perdemos o chão. Não temos ânimo e tudo começa a dar errado... Não sei porque, mas tudo sai dos eixos... Paresse que perdemos o controle de nossa própria vida... É assim que percebemos que encontramos nossa Alma Gêmea, pela diferença e pela falta que ela faz em nossas vidas...
Juntos somos capazes de tudo, de alcançar o inalcansável, de conquistar o impossível. Separados é como se a vida acabasse...
Duas Alamas Gêmas não são duas pessoas iguais, alguém que vai completar você em tudo... mas sim, alguém que vai se somar a você. Alguém que vai ser forte aonde você é fraco. Que vai ser decidido onde você é inseguro, que vai ser mais ao seu lado do que conseguiria ser sozinho e que também tornará você grande. Alguém que vai colocar você para cima todas as vezes que estiver se sentindo para baixo. Alguém que irá aflorar o melhor de você.
Almas Gêmeas são duas pessoas com grandes afinidades, com uma grande ligação... você é capaz de sentir o que a outra pessoa sente... capaz de sentir se esta feliz ou triste, de sentir a dor que o outro sente... Você é capaz de se comunicar com o outro em pensamento, você é capaz. Vocês são capazes de se unirem em espírito, em pensamento, em corpo e em Alma...
Se você já sentiu isto por alguém provavelmente já encontrou sua Alma Gêmea... se está com ela aproveite este presente divino. Se, neste momento, se sente sem chão, a vida não tem sentido... Pessa à Deus para reencontrá-la. Se o desejo do seu coração for sincero vocês terão outra chance... Acredite, duas Almas Gêmeas não se separam, nem na vida, nem na morte. Uma estará sempre presente na outra, mesmo na ausência...
Quem ler este texto e sentí-lo tocar seu coração, me deixe um comentário, pode ser anônimo... já mostrei a você o que sinto, agora me mostre um pouquinho de sua alma...
Bjo no coração.
...
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Antes que termine o dia... (Conto)
Já passavam das seis da manhã quando ela abriu os olhos... sentiu um arrepiu na pele, o frio do dia amanhecendo tomava-lhe seu corpo nu. Na janela, sobre a cama, o sol surgia timidamente. Enquanto a lua, risonha, despedia-se...
Ela suspirou... encheu os pulmões com o forte perfume que sentia... Envolto em seu corpo, dois braços fortes sufocavam-lhe a alma em um abraço. Ela nunca havia se sentido tão segura, não até aquela noite...
Ao longe, podia-se ouvir o barulho de passos apressados, risos de crianças, buzinas dos carros... a vida continuava lá fora, para ela o tempo havia parado ainda na noite anterior. Não havia mais pessoas além dos dois, não havia mundo fora das paredes daquele pequeno quarto, não havia para ela mais alguém, a não ser aquele homem para o qual ela havia entregado corpo e alma.
Ele continuava a dormir, como se nada o perturbasse, como se nada ouvisse, nada existisse... ela adorava ficar ali, nos seus braços, sentindo seu cheiro, tocando-lhe a pele, afagando-lhe os cabelos... ele nem podia imaginar que ela o velava enquanto dormia...
Segura, presa naquele abraço, sentia que nenhum mal poderia alcançá-la. Só havia amor entre aquelas paredes, entre aqueles corpos, unindos dois corações...
E em um contido suspiro, sentia um aperto no peito que fazia-lhe fechar novamente os olhos, abraçar fortemente os braços de seu amado e pedir a Deus para também dormir. Para nunca mais acordar daquele momento... Em uma prece, um lamento, pedia para ser amada para sempre ou, pelo menos, mais uma vez, antes que terminasse o dia.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
Meus dias viraram noites...
Meus dias viraram noites sem fim.
Madrugadas em que me sento à beira da janela a sonhar...
Noites que componho tristes versos a luz do luar...
Madrugadas que me ponho a esperar...
Meus dias viraram noites sem ti.
Fé.
Eu creio em cada sonho que vive dentro de mim
Eu creio que sempre há um recomeço em cada fim...
Eu creio no amor que mudará o mundo
Eu creio na esperança que se renova a cada segundo
Eu creio nos ventos que se movem sobre a terra
Eu creio nas águas que fazem brotar a semente
Eu creio na cura para o coração doente...
Eu creio nas nuvens que levam embora a tempestade
Eu creio na pureza de um coração que amou de verdade...
Eu creio nas palavras que ainda não foram ditas
Eu creio nas promessas não cumpridas
Eu creio na força de se levantar após a queda
Eu creio na Paz e não na guerra
Eu creio no bem vencendo o mal
Eu creio em todos sendo vistos de igual para igual
Eu creio em mãos dadas pelo perdão
Eu creio nas vozes que se unem em uma mesma oração.
Eu creio na verdade que há em mim
Eu creio porque foi Deus quem me fez assim.
Eu creio em um Deus vivo.
Eu creio mesmo com tudo que tenho visto...
Eu creio na inocência de uma criança
Eu creio que ainda há esperança...
Eu creio que o amor não sucumbirá jamais
Eu creio que no coração surgirá a Paz
Eu creio no poder de uma amizade
Eu creio que possuo tesouros de verdade
Eu creio nos sonhos que nascem em mim, nas flores que perfumam o jardim.
Eu creio que anjos estão ao meu lado
Eu creio que o bem do amor serás sempre aliado.
Eu creio nos meus sonhos e nos teus.
E que sempre seremos amados de Deus.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Palavras vindas do silêncio...
Teu silêncio é meu fiel aliado.
Meu companheiro, amigo matreiro, que tira a Paz e a esperança...
Teu silêncio que diz zombarias aos meus ouvidos.
Que diz: te esqueci, ao meu coração.
Ah, se lembrasses de mim como lembro de ti...
Tua face, teu olhar, tua voz...
Se lembrasses, ouviria-te...
Mas apenas silêncio é o que escuto.
Escuto as vozes de anjos que me sopram aos ouvidos: esqueça.
Vai, entrega-te ao desconhecido amor...
Permita-te, recomeçar. Novamente, amar.
Silêncio...
Eu não respondo a anjos, anjos não falam...
Mas sopram aos meus ouvidos palavras que me ferem e que não quero ouvir...
Anjos...
Silêncio...
Sussurros inaudíveis, zombam da minha insensatez...
Riem de minha esperança...
E dizem: porque esperas se ele não vai voltar?
Anjos, se soubessem o quanto vale a pena esperar...
Saberiam o que significa Amar.
Anjos não falam, zombam, sussurram em silêncio.
Sopram em meus ouvidos, minhas dores e temores...
Mostram-me a realidade que não quero ver...
Mostram a saudade tua vagando em meu quarto...
Teus passos perembulando em meu pensamento...
Anjos que sussurram em meus ouvidos, meu tormento.
Vozes do teu silêncio.
Teu silêncio mostra que não estás aqui, que partiu...
Sumiu...
Aonde foste que não te posso ouvir?
Por onde andas que não posso seguir-te?
Ouço teus passos e não te vejo.
Escuto tua voz e não posso falar-te.
Nunca mais amar-te...
Aonde estás que só restou silêncio.?
Aonde foste que não me permitiu ir contigo?...
Anjos não falam, sussurram meus medos em meus ouvidos...
Anjos, zombateiros, matreiros, amigos...
Dores que vêm com o silêncio
Teu silêncio fala em meu pensamento...
Mostra-me a realidade de um amor que virou saudade...
Ecos de palavras trocadas sem verdade...
Sussurros em meus ouvidos que me tiram a sanidade...
Vozes em minha mente.
Um coração que se tornou doente de um amor que foi embora.
Silêncio, lá fora...
No coração, saudade...
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Encontro marcado.
Hoje estou sem tempo...
Tenho um compromisso, tenho companhia...
Já me foi marcado este encontro, tantas vezes, e eu não compareço...
Hoje, não irei fugir.
Irei ao teu encontro.
Irei te encarar nos olhos.
Irei ouvir-te até o fim...
Sem medo.
Sem medo que mostres as verdades, que me digas para não esperar. Que me mandes seguir.
Não tenho medo de ver minhas esperanças jogadas ao chão.
A final, já as vi assim tantas vezes...
E já as restitui inúmeras...
Não será o fim.
Mas hoje, não temo, nem por ti, nem por mim, nem pelo ultimo fim de esperança que me permite sorrir.
Não hoje... hoje encaro a vida com os pés no chão. Hoje realidade!
Quanto amanhã? Não sei...
Talvez tenha saudade... mas hoje aceito a realidade de que partiste e preciso prosseguir...
Então... não me esperes, não voltes agora com teu sarcasmos revestido de amizade.
Eu tenho um encontro inadiável com a realidade... e, desta vez, não volto atrás.
Estou aqui, sentada, pernas cruzadas. Meias de seda e batom vermelho nos lábios. Ansiosa, olho as horas e a cadeira vazia a minha frente...
Espero que venhas e sentes de repente, o meu acompanhante que tanto o distanciei...
Agora é chegada a hora de ouvir-te... pois sei que preciso seguir-te, para além de mim...
Hoje tenho um encontro marcado com a realidade.
Amanhã, tu serás apenas mais uma saudade...
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Partida
Hoje acordei com um desejo de renovação.
Uma inquietação na alma,
Uma ansiedade no coração que vai além da minha agitação habitual, aquela que chamam impulsividade.
Hoje desejei euforicamente uma mudança.
Que começasse de dentro para fora. Como se precisasse que algo fosse embora...
Uma transformação, uma mudança...
Que viesse como um grito a plenos pulmões, daqueles que podem ser ouvidos nos quatro cantos do mundo...
Hoje quis espantar o tédio, o marasmo, a melancolia, a nostalgia, minha boa e velha amiga...
Hoje desejei ir além.
Hoje não me conformei.
Hoje fui uma rebelde sem causa.
Me rebelei contra mim mesma, contra minha mesmice rotineira.
Me olhei no espelho e briguei comigo. Mandei embora a conformidade, a acomodação, mandei embora aquilo que me tornei sem ti...
Acredite, eu consegui.
Foi tão bom deixar explodir o grito que meu peito sufocou. Ah! A outra que morava em mim se assustou.
Ah sim, mas foi embora. E com ela tua saudade, teu nome, teu cheiro e aquela insensatez que um dia nomeei de amor...
Agora sou aquela de antes, sou mais forte, embora no coração traga alguns cortes e no rosto, que tu vias alegria de criança, trago agora marcas maduras de uma mulher.
Sou forte, sou livre e leve e quero partir, sem amarras, sem ilusões, chega de prisões.
Sou forte, sou minha e sou livre.
E o amor, que por ti um dia tive, me deu asas pra seguir, agora feliz.
Não importa aonde vou, tenho o mundo a conhecer.
Novos olhares, outros sorrisos, tudo quanto puder sentir.
Vou do sul ao norte, da ilusão ao amor. Livre, leve e forte.
Com o destino à própria sorte.
Passos firmes ao chão, mãos no bolso, pés descalços e braços abertos ao desconhecido mundo.
Hoje sou outra, não sou mais aquela que te pertenceu.
Nem por um segundo.
Aquela enfim morreu, já era hora, de ir embora...
Hoje guardei meu pijama preferido, saí da cama e penteei os cabelos.
Joguei fora tua lembrança, minhas recordações, e a última esperança.
Hoje sou outra e não quero o sofrimento. O que perdi não mais lamento, pois não tenho tempo para lembranças. Estou de mudança.
Já fiz as malas, estou de partida, passagem para o encontro do amor e só de ida.
O passado deixo para trás e sigo em frente, pois me espera tanta gente e um amor que me reserva a vida.
Hoje estou de partida...
Guardei as fotos de criança na estante e te tranquei em uma gaveta em meio aos cacos de minhas ilusões partidas.
As chaves joguei fora e estou indo embora...
Malas prontas, casa abandonada...
Adeus! Estou de saída.
Não me esperes, talvez não volte...
Fui ser feliz, fui ao enconto da Vida!
Nuvens de algodão...
Exite um lugar...
Onde as nuvens são de algodãoE nelas deito-me e adormeço
A ti faço uma prece
E te entrego pra Deus, em sincera oração.
Existe um lugar...
Onde sonhos são possíveis e reais
Onde estico meus dedos e toco o infinito
E num suave e anaudível grito
Te chamo e te sinto, vindo comigo
Te pondo também a sonhar...
Existe um lugar...
Onde anjos e fadas
Podem andar de mãos dadas
Onde posso sonhar e amar...
Onde tenho asas e levo-te pelo azul do céu, a voar...
Existe um lugar...
Que uma melodia sempre toca
E essa melodia é o bater do teu coração a me amar...
Perfeita harmonia, entre notas musicais e meus versos, rimas, poesia!
Existe um lugar...
Que tem cheiro de manga madura,
De terra molhada, de rosa colhida em botão...
Um lugar onde deito na relva
Recito-te meus versos
Te falo de amor
E me embalas com uma canção.
Existe um lugar...
Onde a trsiteza não entra
A solidão não alcança
E podemos sorrir, feito criança...
Exsite um lugar...
Onde te levo comigo
Onde és mais que um amigo
E me podes amar.
Exsite um lugar..
Aonde me escondo
Pra onde corro contente
Quando quero fugir de tanta gente
E sentir, simplesmente, teu amor a me acompanhar.
Existe um lugar onde as nuvens são de algodão...
Existe bem aqui, em meu coração.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Quem disse que amar é fácil...
Se fosse fácil trancar meus medos em uma caixa e esquecê-los no sotão...
Poderia ir dormir sem manter as luzes acezas, ou ainda poderia te surpreender batendo à tua porta,
De braços abertos ao teu encontro.
Se bastasse guardar minhas recordações em uma gaveta e assim pudesse esquecer-te...
Não me lembraria de teus beijos, teus sussurros, teus olhares e teu riso.
Ah teu riso não me acordaria mais, zombeteiro, no meio da madrugada...
Se pudesse, simplesmente, jogar fora meus CDs do Bon Jovi e isso fizesse a música parar de tocar...
Eu não me poria a cantar... a dançar... a te ouvir, sonoramente, embalando meus sonhos na mais bela canção de ninar.
Se eu pudesse dizer ao coração, que acabou porque foi chegada a hora...
Mas que devo lembrar que foi bom enquanto durou e não o quanto sofri com o fim...
Ah se pudesse dizer: - Ei, coração não chora. Um novo amor terás agora. Erga-te e vá em frente, pois alguém te esperas...
Ah se fosse simples assim...
Ah coração! Pobre de ti.
Se fosse tão simples, tu não estarias machucado assim...
Não doeria tanto em mim.
Se o coração quer Amar, que seja!
Sou aquela que comete erros por amar demais...
Se te perdi foi tentando encontrar uma maneira de fazer-te meu.
Foi tentado conquistar-te que falhei em exageros, em zelo, por demais querer-te.
Queria que fosses meu, como eras tua somente.
Me libertaste de uma ilusão, de um sofrimento e eu, sem querer, quis prender-te.
Quis tê-lo só pra mim.
Quis teus beijos unicamente meus.
Quis teu corpo, teu pensamento, teu coração interligados a mim.
Em uma perfeita harmonia de duas almas que compartilham um amor sem fim...
Tolo engano. O amor liberta.
Não conhece amarras.
É prender-se por vontade... é liberdade.
Teu coração é livre.
Então alce vôo, busque outras cores...
Aém do meu mundo preto e branco.
Prove outros sabores, novos amores...
E se um dia perceberes, enfim, que de mim sente falta, regressa.
Meu coração é teu e tem pressa, mas estará aqui a esperar-te.
Querendo loucamente amar-te.
Amar mais uma vez, talvez a última ou quem sabe pra sempre.
Eu não sei...
Talvez o tempo nos mostre onde foi que nos perdemos...
Talvez o destino faça com que nos reencontremos.
Sei apenas que hoje continuo sendo tua, lealdade.
Mas o amanhã pertence a Deus e se serás meu, não sei...
Sei apenas o que meu coração confirma: que tua ainda serei.
Mas quanto a hoje: LIBERDADE.
Enquanto restar uma chamazinha de esperança terei fé no amor que sinto.
Hoje amo. Amanhã, talvez.
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