domingo, 18 de novembro de 2012

Ausência






Minh’alma está em silêncio
Não ouço soluços nem risos
Nem sussurros ou gemidos
Minh’alma está quieta
Não se mexe, não se contorce
Não voa!
E minh’alma nunca fica parada assim...
Ela está sempre por aí, á toa
Rindo e zombando de mim!
Mas hoje minh’alma está em silêncio
Ela não canta, não ri, não chora!
Até parece que foi embora
Assim, sem nem dizer-me adeus!
Minh’alma está tão quieta
Tão silenciosa
Que temo estar morta!
Nem ao coração ela responde
Quando ele a chama para uma conversa...
Parece que de todos se esconde
Parece que foi embora, pra bem longe...
Longe do alcance do meu coração
Longe do meu sentir
Longe da minha percepção de lhe ouvir...
Ontem minh’alma ainda ria com a tua
Ainda suspirava ao ver a lua...
Ainda ontem ela chorava, a tua procura
Depois que partiste...
Mas hoje eu não a sinto comigo,
Não a escuto!
Parece que ela foi embora junto contigo...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Brinde ao Afogado






Feridas abertas que sangram sem cessar
Banhando o corpo de vinho tinto sangrento
Fazendo a alma também de sangue encharcar
Da bebida batizada com o nome de sofrimento
Feridas que parecem nunca cicatrizar
Que trazem ao coração eterno tormento
Chagas abertas que estão sempre a sangrar
Uma alma aflita que espera por julgamento
Enquanto o cálice parece que vai transbordar
Gota após gota o sangue inunda o pensamento
Fazendo o corpo e a alma se embebedar
Do ultimo gole destilado de puro sofrimento
Que faz a alma, aos poucos, se envenenar
Erguendo um brinde ao sofrimento
Enquanto o coração insiste em pulsar
Vendo a taça vazia cair no esquecimento
E o coração, no próprio sangue, se afogar!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ninguém






Sou alguém, sou de ninguém
Eu sou assim: oras tua oras do mundo.
E hoje não serei tua nem minha
Hoje sou da poesia
Hoje sou livre
Sou do mundo e sou tudo.
Amanhã, quem sabe...
Quando a paixão reascender voltarei a ti
Para novamente ser tua
E em teus braços renascer.
Mas hoje não sou minha
Não sou de ninguém
Sou livre e sou do mundo
Amanhã quem sabe eu volte
Volte a ser tua como ontem fui também
Mas hoje sou livre
Sou do mundo
Sou tudo
E sou de ninguém!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Versos ao Vento






O vento me traz
O desejo de voar
De partir
De nunca mais voltar
Ir sem rumo, sem horizonte
Sem nada a me guiar
O vento me traz
Um novo cheiro pelo ar
Tento seguir
Quem sabe me encontrar
O vento me traz
Uma esperança pelo ar
Vou em busca do desconhecido
Sem saber se irei encontrar
Só carrego a certeza
De quem sabe poder voltar...
O vento me traz
O desejo de voar
De partir
E quem sabe não voltar...
O vento me faz
Deixar tudo para trás...
O vento me traz
Uma nova direção
Caminhos e destinos
Escritos na palma da minha mão...
O vento me faz
Ir à contramão
Sem pegadas para seguir
Não deixo rastros pelo chão...
O vento varre as folhas
E leva as lembranças do coração...
O vento me traz
Uma vontade de voar
De partir
E nunca mais voltar...
O vento me faz
Te deixar para trás...
Talvez eu volte
Quando o vento passar
Sei o caminho de casa
E como te encontrar
Quem sabe eu encontre
Teus braços abertos a me esperar
E neles re-pouse, cansada de voar...
O vento me traz
Um desejo de voar
De partir
E de nunca mais voltar...
O vento me faz
Deixar tudo para trás...
Faz eu me perder
Para depois me re-encontrar...
O vento me traz
Um desejo de voar
Faz eu querer ir para longe
Só para depois me fazer voltar...


domingo, 11 de novembro de 2012

In-verso






Eu verso as horas que passam tão breves
deixando saudades nas paginas da minha vida
Eu verso a vida que vai passando de leve
levando as horas, deixando as saudades em cada partida
Eu verso um verso que fale da vida
e que deixe saudades sem ter despedida...
Eu verso a vida em verso
Da minha vida sou autora e atriz
Vou de verso em verso vivendo
Sou da vida eterna aprendiz
Sou da poesia o verso e a rima
Na eterna sina
De quem só quer ser feliz!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Amor em Pedaços





Eu parti em pedaços
o meu coração!
Separei parte a parte,
uma para cada emoção.
Eu dividi em pedaços
meu pequeno coração...
Coloquei amor e carinho
em cada porção.
Eu dividi em pedaços
o meu coração!
Para entregar a alguém
por quem tenho paixão.
Eu separei em pedaços
o meu pequeno coração...
Coloquei uma parte,
com cuidado,
na palma da tua mão.
Eu quebrei em pedaços
o meu coração!
Para nunca mais
o peito ser sufocado
pela solidão.
Eu separei em pedaços
o meu coração...
Dei uma parte a todos
por quem tenho paixão.
Eu dividi em pedaços
o meu coração!
A tua parte ficou esquecida,
jogada ao chão...

Realidade e Fantasia





Queria...
O fogo do teu olhar
A me queimar
Enquanto minha pele arrepia...
Queria!

A loucura da tua boca
A me dizer muito louca
Teu amor em euforia...
Queria!

O néctar doce do teu beijo
A saciar meu desejo
E a provocar minha fantasia
Queria!

O sabor salgado da tua pele
O perfume que o amor expele
Quando a paixão contagia
Queria!

O pulsar do teu coração
No descompasso frenético da paixão
Quando em meu ouvido gemia
Queria!

O toque da tua mão
A jogar minha roupa no chão
Enquanto o amor inicia
Queria!

O prazer do teu sexo
Em resposta ao meu, reflexo
Sentindo o que o outro sentia
Queria!

O roçar do teu corpo no meu
Indo do nada ao apogeu
Quando o amor nos unia
Queria!

O silêncio da tua voz
No deslizar suave dos lençóis
Enquanto dormia
Queria!

Queria,
Que não fosse só sonho
Só fantasia...
Queria!

A união entre o amor e o desejo
A vida real e o que em sonhos eu vejo
Misturados em perfeita harmonia...
Queria!

Queria,
A mistura entre a realidade e a fantasia!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Identidade





Eu sou aquela com quem sempre sonhou
Mesmo sem conhecer
E muito mais eu ainda posso ser
Além do que agora sou
Se você deixar o amor acontecer...
Eu sou tudo que teu coração sempre imaginou
Eu sou aquilo que desejou ter
E mais do que quiser eu posso ser
Bem mais do que agora sou
Se o amor para nós acontecer...
Eu sou a outra metade que sua alma sempre procurou
Mesmo sem acreditar
Que iria encontrar
Alguém como eu para lhe amar
Você sonhou,
Você procurou,
Você esperou,
E seu amor fez de mim quem sou
E tudo que ainda irei me tornar
Com o seu amor a me exaltar
Minha identidade
É o todo perfeito entre nossas metades
Que foram feitas para se completar
Dois seres que buscam um ao outro
Pela necessidade de amar...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Despertar





Eu abri meus olhos e uma luz estava a me cegar
Era o sol me avisando que a manhã acabara de chegar
Eu me virei na cama e não estavas em teu lugar
Começa mais um dia e com o ele tenho o dever de recomeçar

Então, eu abri as cortinas para o sol poder entrar
Deixei meu corpo recebê-lo, em sua luz se banhar
Senti o cheiro da manhã me chamando para continuar
O sol trouxe com ele um novo dia que não posso desperdiçar

Eu abri o coração e deixei o sol secar
Toda lágrima e toda a dor que estava a lhe sufocar
O sol trouxe esperanças de que tudo vai melhorar...
De que a vida segue e a ela eu devo acompanhar

O sol me trouxe a alegria de um novo despertar
Deus me deu uma nova chance para recomeçar
O sol me trouxe esperanças de que a vida vai melhorar...
Este foi só o começo, apenas o despertar!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Colcha de Retalhos






Eu costurei lembranças de nós dois
Em uma colcha de retalhos de esperança
Juntei o antes, o agora e o depois
Amarradinhos o amor e confiança
Para que o tempo não corroa
Nem desmanche esta aliança
Eu costurei você e eu em minhas lembranças
Fiz laços e bordados com amor e esperança
Em uma colcha de retalhos de nós dois
Eu juntei o antes com o agora na esperança do depois...
Eu costurei você em mim
Eu alinhavei o não e o sim
Eu costurei as nossas lembranças
Com linhas cor de ouro bordadas de esperanças
Eu costurei você em mim
Com fitas vermelhas de cetim
Bordei sobre o não um lindo SIM
Pra nossa história nunca ter FIM
Eu fiz uma colcha com retalhos de nós dois
Eu juntei o antes com o agora
E deixei livre um espaço pro depois...
Eu costurei as nossas lembranças
E arrematei com o nó da esperança!


Teia de Mentiras





Meu coração não se prende em teias de palavras
Palavras que mesmo belas carregam o "mal" também
Meu coração não se prende no engano de um "eu te amo"
Sem atitudes força nenhuma o "eu te amo" tem
Meu coração não se prende em belas ou feias palavras
Palavras em meus ouvidos vão e vêm
Meu coração não se prende em teias de palavras
Meu coração conhece o poder que cada palavra tem
Palavras, isto o meu coração conhece bem!
Mentiras são palavras que meu coração ouviu também
Mentiras, isto também conheço bem!
Meu coração não se prende em teias de palavras
A verdade me liberta e me faz bem!
Meu coração não se prende em teias de palavras
Em meu coração as palavras vão e vêm
Palavras tanto podem fazer o mal como o bem!
Meu coração não se prende em teias de palavras
Eu sei o poder que cada uma tem!
Palavras...
Palavras que só eu conheço bem...


Você e Eu






Eu quero esquecer que o ontem morreu
Se foi bom ou ruim?
Já passou! O coração esqueceu,
Recordarei o que vale ser recordado
Repetirei o que o coração desejar ter renovado
Eu quero esquecer que o ontem aconteceu
Quero colar de novo o teu corpo no meu
Sem pensar depois qual de nós é culpado
Eu quero esquecer o que me aborreceu
Eu quero de novo teu beijo afogado no meu
Quero teu corpo no meu colado
Meu amor no teu abraçado
Eu quero de novo o que o ontem nos deu
Teu coração sentindo a batida do meu
Meu corpo descansando no teu
Sem pensar que hoje estaria acabado
Eu quero mais é ficar do teu lado
Sem pensar no futuro ou passado
Eu só quero o que o presente me deu
Nada mais do que você e eu!


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Banho de Lua





Eu me banhei de lua
Pro meu corpo se iluminar
Eu me deitei na rua
Pra livre poder sonhar

Eu me banhei de lua
Pro meu coração se apaixonar
Eu me cobri de rua
Pros teus passos acompanhar

Eu me banhei de lua
Pro meu espírito se libertar
Eu dormi na rua
Pra liberdade me despertar

Eu me banhei de lua
Pra toda noite te encantar
Sou eu que brilho no teu céu, na noite escura
Sou eu a luz a te banhar...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Passado a Limpo





Em uma rima branca
o meu amor eu escrevo
página por página
de um capítulo já encerrado
Do outro lado, na folha limpa
monto o cenário para dar vida a história
que ficou no passado...
Desenho em traços
com um giz azul
meu coração vazio
no tom anil
da dor que vazou
de meus olhos rasos d’água...
Que ficou comigo,
enquanto você foi embora...
No espaço vazio
que ficou nas páginas em branco
do meu destino
Uma lembrança enfraquecida
da nossa história se desbota
e se perde hora após hora...
Dia após dia,
eu traço letra por letra
por cima de cada frase
para que não se apague...
Eu tracei de azul
o capítulo em que te conheci
para toda vez que olhar o céu,
 sem nuvens, te sinta aqui
Eu pintei de vermelho
todos os beijos que trocamos
para que a paixão permaneça viva
como a ferida que agora sangra
no mesmo tom escarlate
do meu batom
que tanto fez marcas em ti...
Eu sublinhei de verde
a última palavra dita,
na despedida,
com a esperança
de que o Adeus possa um dia enfraquecer
e te trazer de volta pra mim...
Eu deixei a última página em branco
por não conseguir escrever,
para nós dois, o solene FIM!
Eu passo a limpo todo o sofrimento meu
Eu apago e reescrevo cada erro teu
A nossa velha história eu passo a limpo
e, a cada nova página, mais amor eu sinto!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Âmago





Quando a cabeça está no lugar
O coração parece não estar
Ele voa por aí,
À procura de algum lugar,
À procura de um igual
Pra lhe completar...
Quando o coração parece aportar
A mente é que quer voar
Está não me prende...
É livre e livre parte, a vagar no horizonte...
Os pensamentos que me fogem
Não me prendem
Não me dominam
Não me pertencem...
A mente ao coração faz uma ponte
Por onde brinco e me transporto
E me transmuto
E sonho e amo
E parto e volto
E entre os dois eu fico
A vagar no infinito
De meu ser,
Sem nunca me pertencer...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Entre 4 paredes





Tem tanta coisa que eu preciso te falar
Coisas minhas que talvez nem queiras ouvir
Já faz tempo que estou a te esperar
Desde a noite em que te vi partir

Mas não estás aqui e eu preciso conversar
Eu falo pras paredes tudo que estou a sentir
E insisto que tu já vais chegar
Antes mesmo de eu voltar a me repetir

Tem tanta coisa que eu queria te falar
Coisas nossas que talvez nem queiras ouvir
Aquele “eu te amo” que a voz teima em calar
E os nossos planos que insisto em seguir

Mas não estás aqui e eu preciso aceitar
Que as paredes também não podem me ouvir
Tem certas coisas que o coração deve calar
E tem amores que devemos desistir...

sábado, 27 de outubro de 2012

Deságua!





O céu quando fica cinzento
Parece sufocar o pranto
Que não cabe mais no sentimento
De um coração que chora tanto...

O céu quando fica nublado
Parece entoar um triste coro
De um coração apaixonado
Que, olhando o céu, engole o choro...

E então desaba!
Desaba o céu em pranto...
Deságua no coração o pranto...

O céu quando fica cinzento
Parece reunir todo o pranto
De todos os corações que em sofrimento
Choraram, com a chuva, seu triste canto...

O céu quando fica carregado
Parece desaguar o choro
De um coração de sofrimento encharcado
Que, ao choro do céu, faz coro...

E então deságua!
Deságua do céu o pranto...
Desaba o coração em pranto...

Toda vez que um coração, na terra, se entristece
O céu então se escurece
E os anjos reunidos em prece
Entoam um triste canto
Enquanto choram as dores do mundo em um chuvoso pranto...

E então desaba!
Desaba o céu em pranto...
Deságua no coração (en)canto...



Elegia





Esta noite, enquanto eu dormia
Meu sono foi penetrado
O silêncio do quarto quebrado
Por uma triste melodia
Meus ouvidos então aguçados
Começaram a te procurar
Pela noite vazia...
Eu vi vultos e ouvi vozes
Que romperam o silêncio e a escuridão
Eu ouvi o choro dos anjos
Que velavam por salvação
Eu chorei o choro dos anjos
Que imploravam por perdão...
No fundo, um timbre rouco e rasgado
Entrecortado, abalando as estruturas do coração
Não era angelical, tão pouco humano
Era um misto do puro e profano
Ora cantando a luz, ora a escuridão
Eu vi vultos e ouvi vozes
Eu chorei o choro dos anjos
Eu passeei por mundos sem salvação...
E quando me vi na mais profunda agonia
Sem alma, sem companhia
Eis que a melodia
Surgiu rompendo a devassidão
Eram acordes descompassados
Compostos por teu coração...
Enquanto eu dormia,
Tua voz me acolhia
Embalando-me na escuridão...
Era um misto de anjo e homem
Um amor que me consome
Tirando a paz do meu coração...
Enquanto eu dormia,
Tua voz fez sinfonia
Tirando-me a razão...
Era um misto de bem e de mal
Um amor e um ódio angelical
Que fez companhia
Em um mundo irreal
Enquanto eu dormia...
Uma melodia pairava no boreal
Tinha um ritmo marcado de tambor funeral
Um timbre rouco fazendo canto gutural
Acompanhava as trombetas dos anjos e dos guardiões
Que velavam os portões
de um mundo de sonho e fantasia
Enquanto eu dormia,
Tua voz me fez companhia
Entoando a canção da travessia
Do amor que morreu em nossos corações...