segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lágrimas silenciosas entre acordes...



Acorde meu bem, já é madrugada e eu toco essa canção sem voz para dizer-te as palavras que não posso suportar e que não podes saber...
Faz tempo que te perdi e só agora percebo tua falta e vejo com lágrimas nos olhos que não estás aqui.
Tu sabes meu bem que ao meu lado tem outro alguém... o destino deu tantas voltas que me perdi e quando achei que tinha tudo que sempre quis abri meus olhos e, do palco, não te vi na multidão...
Acorde meu bem, preciso de ti. Estou confuso com tantas perdas e ganhos e nada preenche o lugar vazio que, um dia, foi teu em meu coração.
Acorde meu bem, pois já não consigo mais te fazer esta canção...


Meu bem? ...  Acalme-se! Estou aqui, mas não me chame assim. Tu sabes que soa falso, pois não o dizes só a mim.
Como eu poderia continuar sendo tua se não eras meu?
Não fui eu quem partiu. Foste tu quem me deixou para voar vôos mais altos...
Foste tu quem fechaste a porta e, em segredo, escondeste-me do outro lado.
Foste tu quem não me reconheceu como amor, nomeou-me de acaso.
Mas eu ainda te entendo... Sei exatamente o que sentes e ouço o som de tuas lágrimas caindo entre os intervalos de cada acorde.
Mas como podes vir agora, assim e chamar-me? A vida deu tantas voltas sim e eu tive que seguir para outro lado longe de ti.
Então porque me chamas se me fizeste partir? Foste tu quem não me chamou para te seguir. E, agora é madrugada... Então me deixe dormir.
Sigas em frente no caminho que escolheste e se olhar para trás e não me avistar é porque nunca esteves ao meu lado, como posso agora estar contigo?
Nunca soubes ser, nem mesmo, meu amigo...
Mas saibas que escuto teu choro mais alto que qualquer solo de guitarra, mais agudo que qualquer grito, mas “teu bem” é outro alguém que agora está contigo.
Mas não te aflijas que nem tudo está perdido. A dor que sentes é o peso de tuas escolhas e sempre a tempo de escolher novamente...
Acorde meu bem? Eu mal tenho dormido, pois ouço teus acordes entre soluços e gemidos...
E faz tempo... Faz tempo que escuto teu choro mesmo quando finges que está tudo bem.
Meu bem, eu escuto teu choro. Eu conheço tua dor e sei quando ficas assim... o quanto pensa em nós, em mim.
Mas somente pensar não basta, não muda as coisas de lugar.
E a distância o que eu posso fazer por ti? Apenas posso chorar contigo e prometer que ficará tudo bem.
Acorde!
Pare de fingir a ti mesmo que as coisas vão bem, meu bem...
Darei um jeito de te protejer, eu prometo.
Prometo que a dor e as tribulações irão passar. Vai ficar tudo bem...
É uma promessa que te faço, talvez a última.
Durma... Estou acordada e velarei teu sono...
Já é madrugada, durma!





sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nos braços teus








Espero nunca chegar a hora do adeus
Pois é tão bom aconchegar-me no calor dos braços teus
É amor que eu sinto quando me envolves em ti
É amor que eu vejo quando olhas para mim.

Espero horas, dias, semanas pelos braços teus
Enquanto esperas por mim e pelos beijos meus...
E é amor o que tenho quando estás em mim
É amor, sempre amor o que encontro em ti.

Esperei por abraços, por beijos, por um outro eu...
Mas amor igual a este só nos braços teus.
Amor que sempre encontrarás em mim
Amor que terás em meus beijos e nos braços meus.

É nos meus braços que ficarás até que amanheça
E eu nos teus é que sei amar
É nos meus braços que teu amor me recompensa...
É nos teus braços que me perco para poder me encontrar.
.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Au Revoir




Três versos eu preciso em uma estrofe
Três notas musicais em um acorde
Três palavras para tocar um coração.

Três estrelas que me guiam no céu
Três cores que compõem minha aquarela
Três estações exceto o verão.

Três vezes amor
E um 3/4 teu rasgado em três partes
Jogado ao chão junto com as três palavras que restam:

É tarde demais.

sábado, 4 de junho de 2011

Inverno





Debaixo dos quentes raios de sol a rubra rosa floresce...
Abre suas pétalas lentamente, como quem desperta para a vida
Desperta para encantar os olhos de quem ama...
Enquanto é amada...


Sob o sol ó rubra rosa cintila...
Refulge suas pétalas orvalhadas como o sangue que escorreu outrora de seu peito...
Exala teu perfume pelos ares, em chamas arde teu doce ventre...


Ó rosa escarlate que sozinha se encontra à beira do caminho
Sua beleza é admirada por muitos, seus sentimentos conhecidos por poucos...
Ó rubra rosa que enfeita uma estrada perdida, em um caminho já sem volta...
Onde estás teu jardineiro ó saudosa rosa?


Seguiu outro caminho ao encantar-se pela dama da noite?...
E não voltou a ti ó rubra rosa que agora se desfolha pela estrada...
A esperar que tuas pétalas o alcance...
Que teu perfume o chame...
Ó rubra e pálida rosa que solitária enfeita as pedras do caminho...
Ó rosa que te restou além dos olhares dos transeuntes e dos beijos dos beija-flores?


E esperar o frio orvalho da noite?...