sábado, 17 de dezembro de 2011

Beijo de Despedida




Eu vi o dia amanhecer e perguntei-me se você estava vendo também...
Vi o sol iluminar as minhas trevas ao despedir-se da lua e lembrei-me que você partiu sem despedida, sem minha mão acenando à sua...
Senti o calor do dia tocar meus lábios enquanto o vento afagava meus cabelos ao dizer-me: bom dia!
E percebi que você não estava mais aqui entre meus desejos e lembranças...
Constatei o que o coração não queria, aquilo que a razão já sabia...
Que você seguiu seu caminho se distanciando do meu.
Deixando aqui a saudade no lugar do beijo que sonhei ganhar, mas que não me deu.
Decidi, então, não te prender no pensamento. Nada esperar.
Vi ao longe, no horizonte, a distância que separa seus lábios dos meus.
E, em silêncio, lancei aos céus um beijo que será entregue no seu rosto quando o vento por você passar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Final Feliz



 

Quem sabe o fim da história?
O escritor que a inventa
O sonhador que a idealiza
O romântico que nela põe suas esperanças...

Quem pode me dizer o fim desta história?
Quem pode me dizer o melhor para nós dois?
Quem? Tu ou eu?
Ou será o ouvinte, o leitor o espectador?

Quem poderá me dizer o melhor para nós dois?
Quem saberá que este melhor já foi ontem ou virá depois?...
Eu não sei o que me reserva o destino...
Não sei o que virá para nós nas linhas tortuosas da minha escrita.

Quem sabe o fim da história?
Quem diz que sabe, mente.
Ainda estou pensando em algo mais interessante do que: “viveram felizes para sempre”!

sábado, 26 de novembro de 2011

Caligrafia






Queria te escrever um poema alegre o suficiente para nunca te ver triste
E forte para nunca te fazer chorar.
Onde cada verso fosse como um beijo que te aquecesse
E com tamanha paz para nele repousar.
Queria te gravar em cada letra para ter-te aqui para sempre...
Mas como sempre é muito quero-te apenas pelo tempo que durar.


Quero-te ontem, agora, amanhã e talvez depois...
Quero-te pelo tempo que for justo à nós dois.
Quero-te um pouco mais que ontem, bem menos que amanhã
Quero-te nas horas inteiras, nas tardes e madrugadas, nas semanas e feriados...
Quero-te nos meses e anos, no futuro, no presente e no passado.


Quero-te outra vez e todas as outras vezes que me quiseres...
Quero-te tanto e pouco e muito e tudo o quanto mais disseres.
Quero-te o bastante e tantas vezes quantas forem necessárias para não me esquecer.
Quero de ti tudo e não mais nem menos do que eu merecer.


Quero-te em grafia, em verso, em traço ser linha, poema, reverso.
Quero-te em mim poesia, escrita em meu corpo com tua caligrafia.
Quero-te em meu mundo com ou sem nexo...
Quero tudo o que tiver de querer
E quero, que mesmo ao reverso, me queiras também.
É só o que peço, que queiras a mim como te quero: tão bem!

domingo, 20 de novembro de 2011

Madrugada



Hoje a noite revirei nossas lembranças
Despi-me do medo
Senti teu beijo, teu cheiro, teu toque em meio as minhas inseguranças.

Esta noite colei as velhas fotos
Juntei os pedaços e cacos de um coração em destroços.
Rasguei tua roupa.
Chorei, gritei, te amaldiçoei.
Cuspi o orgulho, a vaidade, o eu te amo ainda preso em minha boca.

Hoje a noite a saudade bateu à minha porta
Abri o coração
Destranquei as janelas, o quarto, o corpo para a tua volta.
Sem orgulho, ou mágoa, despida da vergonha, nua.
Vesti-me de velhas fantasias minhas e tuas.
E pedaços de sonhos de nós dois.

Esta noite tua lembrança fez ronda lá fora.
Tua voz chamando meu nome
Mandando a lucidez embora.
Noite longa de lembranças e saudades
Madrugada à fora.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Descuido




Ela pensava ter trancado a porta. Pensava ter trancado o coração, o corpo, a alma. Ela pensava estar segura, em seu mundo. Sozinha, protegida de tudo e todos. Separada dos sentimentos mesquinhos e pequenos que envolvem, iludem e ferem. Ela pensava...
Mas ele, o amor, estava a sua espreita. Feito menino zombeteiro, risonho, maroto, faceiro... Feito aqueles garotos arteiros que nos pregam peças. Feito criança travessa que engana nossos olhos e apronta suas artimanhas... e quando vemos a arte esta feita: a vidraça quebrada, o joelho esfolado, a roupa molhada, o beijo roubado... Quando vemos já era!
E foi assim que acontecera... e quando ela viu, a porta estava entreaberta.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Desejo



Que louca vontade eu tenho de dar-te um beijo
Quando o brilho de uma vida inteira nos teus olhos eu vejo

Uma explosão em um rompante que não se propaga no tempo
Um arrepio, um calor, um lampejo...
Um sussurro levado pelo vento

O princípio e o fim através de um beijo
Que retrata a imensidão de um pequeno instante de simples desejo.

sábado, 29 de outubro de 2011

Reticências





Enquanto eu não colocar o ponto final ainda poderei reescrever a nossa história.


(...)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

É só poesia.







Não chore, é só poesia.
Não se apaixone porque eu não te pertenceria.
Não voltes, porque eu partiria.
Não diga que se importa, que sente falta, que se arrependeu...
Eu não sou mais a mesma, não sou frágil, deixei de ser engênua...
Não me digas nada porque eu não acreditaria.


Não me procure pra ti mudei de endereço, de nome, de caixa postal, cidade e telefone.
Não bata à porta, porque pra ti eu sou surda, pra ti não estou.
Pra ti não sou alguém. Sou nada! Não sou amiga, nem amante, nem musa, nem namorada.
Pra ti não tenho rosto, nem voz, nem cheiro, apenas vago à noite em teus sonhos, sussurrando em teu ouvindo sinais que despertam teu corpo. Pra ti não tenho corpo, nem coração, sou alma penada!


Cuidado! Não se encante por minhas palavras elas não te dizem nada!
Sou nada pra ti. Sou nenhuma, aquela que foi descartada.
Aquela que não existe, que não se sabe de onde vem nem pra onde vai.
Aquela que não te espera mais em casa, que diz adeus, parte, sai...


Sou aquela de quem terá saudade... Aquela que não tem mais piedade.
Aquela que emudeceu.
Que gravou com sangue seus versos em teu corpo. Aquela de quem lembrarás o cheiro, o toque, o gosto.
Aquela que tu não mereceu.


Sou aquela que a música não mais alcança. Minha alma ao teu som não mais dança...
Sou aquela que se perdeu.
Aquela que te apagou dos livros, das partituras, das rimas, do coração, do corpo e da alma.
Aquela que agora tem calma.
Aquela que tem tudo o que te falta.
Aquela que é tudo dentro do teu nada.


Aquela que na poesia encontra-se a chave e os segredos da alma...
Aquela sem lar, sem amarras, sem nau.
Aquela que é livre.
Livre de ti.


Não chore não porque o teu choro não me compadeceria...
Não chore não porque é só poesia.

domingo, 23 de outubro de 2011

Adeus







Algumas coisas deixo partir para não mais voltar.
Eu fico. Eu só preciso de mim para me reencontrar.

Adeus as meias palavras, aos meios amigos e aos meios amores.
As meias verdades, as meias vontades, as meias saudades...
Não leve nenhuma parte de mim contigo, pois não permito.
Partas sozinho, sem nada dizeres pois já me cansei de tuas meias palavras,
Vás devagarzinho, à tua maneira.
Eu fico. Eu só preciso de mim para me sentir inteira.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Amor Próprio





No dia em que decidi te esquecer...
Eu disse sim a vida e disse não para você.
Eu abri os olhos para um novo dia
Eu descobri novos caminhos, novos sabores, cheiros e cores...
Eu passei a fazer coisas que antes não fazia
No dia em que decidi te esquecer eu pude, enfim, começar a viver.

No dia em que decidi te esqucer...
Eu passei a me amar mais, eu deixei de te querer.
Eu passei a me cuidar, a me olhar, a me dar o valor que você não dava.
Eu passei a fazer o que você, por mim, não fazia
Eu assumi na minha vida o lugar que você ocupava.
Eu deixei de ficar em segundo plano,  tirando você do controle de minha vida.
Eu deixei de sonhar teus sonhos.
Deixei de chorar tuas dores.
E passei a aplicar esta força, que antes te dava, em meu benefício.
No dia em que decidi te esquecer eu descobri meu amor próprio.
E  melhor decisão que tomei em minha vida foi te tirar dela.

No dia em que decidi te esquecer...
Eu passei a dedicar a mim o amor que antes só dava a ti.
No dia em que decidi te esquecer...
Eu fiz a melhor escolha que alguém poderia fazer.
Eu disse sim a mim, te deixei para tráz. Deixei de sofrer.
No dia em que decidi te esquecer eu pude, enfim, viver!




(Não é uma poesia é apenas um desabafo... Um desabafo para todas as coisas e pessoas que precisamos deixar para trás, pelo caminho, para o nosso próprio bem. Ás vezes, é melhor seguir sozinho. É preciso deixar para trás bagagens, dores e sofrimentos que são difíceis de carregar para seguir em frente, livre e leve. Só assim seremos capazes de receber o que nos faz bem, de receber a felicidade, se não tivermos algo trancado dentro de nós impedindo as coisas boas de virem. Por isso, liberte-se, jogue fora tudo que não serve mais e abra-se para a vida, para a felicidade, para novos sonhos, novas amizades, novos olhares, novas escolhas, novos amores.
Tudo na vida se renova. Só depende de nós, escolhermos o bem ou o mal, a alegria ou a tristeza, o que nos faz bem ou não.
Liberte-se, fazendo as escolhas certas e verás que tudo é belo, tudo é válido, tudo é possível, só depende de nós. De que maneira encaramos a vida, de que maneira olhamos o mundo, de que maneira tratamos o outro. Tudo isso é saber viver.
Viva bem consigo mesmo e valerá a pena!)


Que Deus abençoe a todos em nome de Jesus!

sábado, 24 de setembro de 2011

Rifa-se!



Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado, coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista... Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes, revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que, abre sorrisos tão largos que quase dá para engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela
vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: " O Senhor pode conferir", eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta.

E não sendo necessário dizer mais nada, faço minhas as palavras de Clarice Lispéctor.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nas páginas da vida...






Escrevo, escrevo porque a poesia mora em mim.
Escrevo para dar voz a alegria e também a dor.
Escrevo para traduzir a saudade e para tentar explicar o amor.
Escrevo para dar asas a imaginação, para fazer voar a mente, as palavras e o coração...


Escrevo para ti e para mim
Pelo que ainda vamos viver e por tudo que já teve fim.
Escrevo porque as palavras em mim são fortes
Porque escrevendo cicatrizam os cortes.
Escrevo porque a escrita é meu norte
E quando, enfim, vier a morte, na poesia me farei viva.


Escrevo porque sou assim.
Porque pertenço  a poesia e ela a mim.
E quando minha voz for calada e minha escrita emudecida
A minha poesia, ainda viva, se fará ouvida, naqueles que me fizerem ler.
Escrevo porque a poesia é viva em meu ser.


Escrevo porque a poesia não se finda 
E meu coração obedece a ela e não a mim.
Escrevo minha poesia nas páginas da vida
Para minha história jamais ter fim.


Que o amor se faça presente em cada letra, verso, estrofe, rima e poema.
Dando voz ao que não se acabou.
Escrevo porque escrita sou.
Porque pertenço a ela e ela a mim.
Escrevo porque sou poesia, sou morte e vida, começo e fim.
Escrevo porque Deus me fez assim.


Escrevo porque é assim que sou e, pelas páginas da vida, reescrevendo a minha história com fé e esperança eu vou!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ovelha Desgarrada




Misericórdia Pai porque pequei...
Achei ter amado, me afastei de ti Senhor, me enganei.
Perdão Pai porque pequei...
Me iludi, sofri, me perdi, não mais te busquei.
Misericórdia Pai porque pequei...
Que a destra da tua justiça me sustente e volte a guiar cada passo meu.
Que teu Espírito Santo renove o verdadeiro amor que desde o ventre me deu.
Que tua força seja minha também, meu escudo, minha fortaleza, minha rocha. Meu Redentor.
Perdão Pai porque fraca fui e fraca sou longe do teu Amor.
Perdão Senhor! Perdoe a mim e também a quem me magoou...
Perdoe a quem me fez sofrer e a quem não me amou.
Perdoe à todos que de coração se arrependem e pedem pela tua misericórdia e pela tua compaixão.
Derrame à todos a tua Graça e teu infinito amor.
Misericórdia Pai, eu te peço, encha com tua Paz o mais sofrido e arrependido coração.

Perdão!





Mentiras





Eu não vou mentir para mim como tu mentiu.
Não vou me enganar como tu enganas a ti mesmo.
Não vou fingir que esta tudo bem se não está...
Não vou fazer de conta que não me importo com o modo como as coisas estão.
Não posso mentir para mim mesma, esconder, negar o que está no coração.
Não vou me fazer de forte suportando uma dor que não é só minha.
Não vou buscar saída se os erros vieram pela porta de entrada e lacraram a passagem.
Não vejo a luz no fim do túnel trazendo de volta a esperança.
Não vejo presente nem futuro a nossa volta, estamos presos em lembranças.
E não adianta cobrir os olhos com o véu do disfarce mais perfeito e mais feliz...
Pois lá no fundo, em silêncio, a alma chora nos mostrando a verdade.
Que o sorriso é só um momento passageiro e incerto.
Que logo-logo irá passar e aqui estaremos, no silêncio e solidão.
Sentindo ainda a falta daquilo que nos completa...
Mostrando que nossas escolhas foram incertas...
E enquanto as lágrimas ainda vierem é porque a felicidade não está totalmente aqui...
Ela se perdeu, lá atrás, enquanto seguimos por caminhos diferentes...
E continuamos insistindo que as coisas ficarão bem...
Mas sabemos a verdade, ela não é tão boa nem tão alegre.
Nem para mim e para ti também....
Mas escolhemos viver na mentira, nos disfarces e na aparência.
Nos falsos sorrisos, nos prazeres efêmeros...
E quando o noite e a solidão vêm o véu cai da face e nos mostra como realmente estamos...
Perdidos, feridos, esquecidos...
Mas o coração jamais esquece é ele quem nos mostra a verdade.
Que ainda sonhamos e tentamos correr atrás da tal felicidade...
Felicidade que se torna uma mentira. Pois quando fico sozinha me sinto incompleta.
O que me falta?
O que perdi?
O que ainda preciso?
Eu não sei. Ou melhor, eu sei. Mas não está mais aqui...
E eu prometi não chorar. Prometi seguir...
Tu prometeu ser para sempre, para sempre...
Mas como acabou sem ter acabado?
Como partiu se te sinto aqui?
Eu prefiro que vás. Que me deixes, preciso de Paz.
Cansei de mentiras das tuas e das que eu te digo para aparentar ser feliz.
Eu sei... não posso acusar-te pois também uso este véu pesado do disfarce...
Quem sou eu? Falsa? Louca?
O que é mentira, o que é verdade? Só o coração sabe!
Eu não te reconheço mais, nem através do disfarce.
E quem sou eu, será que tu sabes?
Quem sou eu? Sou aquela que te amou e tu não mereceu...

Nós dois sabemos.
Eu sei das tuas mentiras e tu sabes das minhas verdades.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sorteio - Livrinho de Poesias

Amigos e caros visitantes que acompanham este blog, acompanham meus pensamentos e minha insistente mania de brincar de ser escritora. Gostaria de agradecer e presentear a todos que me apoiaram, desde o início, nesta caminhada em pról dos meus sonhos e meu amor pela poesia, mas, infelizmente, não posso dar um livro a cada um... Mas saibam que todos, cada um e cada uma, que aqui vêm para me ler, para conhecer um pouquinho deste meu coração doido, apaixonado e sonhador, que estarão em meus pensamentos e minhas sinceras orações. Sintam-se, por mim, no coração beijados.
Gostaria de dar um livro de coletânea de poesias a cada um de vocês, mas, como não é possivel, irei disponibilizar um exemplar para sorteio. Quem quiser participar deixe o nome aqui em forma de comentário. Caso fores de outra cidade  e não Santa Maria/RS, após o sorteio, deverá informar o endereço para que eu possa fazer o envio do mesmo.
Interessados em ler minhas bobagens românticas e outras belas poesias, deixem o nome aqui nesta postagem em forma de comentário.
Obrigada a todos pelo apoio, insentivo e amizade.
Obrigada, sobretudo, pelas inspirações e lições de vida!


Com Amor,


Renata Bicca

Tragédia Romântica







O dia já havia amanhecido há muito tempo, mas era como se o relógio houvesse parado... Sobre os lençóis, ainda revirados, o amor se encontrava aos cacos, feito em mil pedaços.
No corpo, um misto de prazer e dor; remorso e esperança; medo e mágoa; desejo e culpa; alegria e tristeza. E o amor ali... Olhava para ela em seus braços e sorria, terno, feito menino apaixonado. Menino com sorriso zombeteiro, tristonho, tímido, amante e companheiro.
Não havia dúvidas aos dois, o amor ainda existia e, entre lágrimas, ele soluçava e sorria.
Então, no silêncio, algo se moveu sobre a cama, deixando o amor ali, ainda preso a um sonho... Ela vestiu-se e sem dizer uma palavra partiu... Deixando o amor ali morto de felicidade e agonia.
Pobre amor! Aos cacos se levantou e pôs-se a chorar a dor do outro coração que partido lhe arrancou do peito e o deixou para trás.

Chagas





De braços abertos tu me encontraste
Neles te segurei
Neles te guardei
Neles te escondi dos medos, das dores, das lágrimas, dos fracassos e dos falsos amores.


Foram meus braços abertos que te levantaram
Meus braços abertos que te guiaram
Foram meus braços, mãos e lábios que te seguraram, te protegeram e te amaram.


De braços abertos fui ao teu encontro
De braços abertos corri aos teus
De braços abertos me entreguei...
E te encontrei fechado.
De costas, braços para mim cruzados.


E foram meus braços abertos que mais te amaram.
E os teus, fechados na ingratidão, que me crucificaram.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Caminhos




Meus caminhos já foram mais retos e precisos
Assim como meus passos mais seguros e firmes
Já não ando com leveza, tudo tonou-se incerto.
Quando olho à frente o sol me cega
O cansaço me enfraquece
É tudo nebuloso e não te avisto com clareza.

Uma sombra guia-me por caminhos tortos...
Uma voz faz-me prosseguir
Aos esbarros, cambaleando, por aí...
Às vezes, pego a velha estrada pela qual passavas...
Noutras perco-me em novas trilhas, outros rumos
Tentando de mim fugir.

Caminhos que me levam ao longe
Que me afastam de ti...
Caminhos circulares que me fazem regressar
Atalhos que pego e trazem-me de volta aqui...
Àquele lugar aonde encontro nossos sonhos
A tortuosa curva na esquina onde voltas a mim.

Caminhos que vão e vêm
Bifurcações na estrada que nos afastam
Passas por mim e segues em frente
Passo por ti e volto atrás...
Caminhos que nos levam e nos trazem de volta.
Fazendo um pelo outro cruzar.

Sem aceno ou bom dia!
Sem até logo ou como vai?
Passamos um pelo outro sem nos vermos
Neste infinito e tortuoso vem e vai...
Levas na bagagem teus sonhos e medos
Eu, sem nada nas mãos, levo-te comigo em segredo.

No vento
No peito
A cada passo do caminho,
Amor e desalento...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Déjà vu




Eu estou aqui.
Onde sempre estive.
Aqui no encontro com as lembranças,
No lugar chamado solidão.

Ainda aqui...
Aonde o amor frágil sobrevive.
Aqui entre as lacunas de minhas esperanças,
No mar morto da paixão.

Sempre aqui...
Aonde um pouco de ti em mim mantive.
Aqui onde tu descansas,
No baú secreto e profundo coração.

Eu estou aqui.
Onde me viste pela ultima vez.
Aqui onde cometi, entre todas as loucuras, a maior insensatez...
Aqui aonde tu não me alcanças.
Aqui onde ninguém entra e nada sai.
Aqui aonde o amor, aos poucos, se esvai.

Ainda estou aqui...
Aqui onde sempre estarei e nunca estive.
Aqui entre as páginas rasgadas de minhas inseguranças,
No lugar onde meus sonhos caem ao chão.

Estou aqui, ainda aqui, sempre aqui.
Aonde um dia tu esteves também...
Aqui aonde nunca haverá outro alguém.
E ainda seguro nossos sonhos em minhas fracas mãos.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lágrimas silenciosas entre acordes...



Acorde meu bem, já é madrugada e eu toco essa canção sem voz para dizer-te as palavras que não posso suportar e que não podes saber...
Faz tempo que te perdi e só agora percebo tua falta e vejo com lágrimas nos olhos que não estás aqui.
Tu sabes meu bem que ao meu lado tem outro alguém... o destino deu tantas voltas que me perdi e quando achei que tinha tudo que sempre quis abri meus olhos e, do palco, não te vi na multidão...
Acorde meu bem, preciso de ti. Estou confuso com tantas perdas e ganhos e nada preenche o lugar vazio que, um dia, foi teu em meu coração.
Acorde meu bem, pois já não consigo mais te fazer esta canção...


Meu bem? ...  Acalme-se! Estou aqui, mas não me chame assim. Tu sabes que soa falso, pois não o dizes só a mim.
Como eu poderia continuar sendo tua se não eras meu?
Não fui eu quem partiu. Foste tu quem me deixou para voar vôos mais altos...
Foste tu quem fechaste a porta e, em segredo, escondeste-me do outro lado.
Foste tu quem não me reconheceu como amor, nomeou-me de acaso.
Mas eu ainda te entendo... Sei exatamente o que sentes e ouço o som de tuas lágrimas caindo entre os intervalos de cada acorde.
Mas como podes vir agora, assim e chamar-me? A vida deu tantas voltas sim e eu tive que seguir para outro lado longe de ti.
Então porque me chamas se me fizeste partir? Foste tu quem não me chamou para te seguir. E, agora é madrugada... Então me deixe dormir.
Sigas em frente no caminho que escolheste e se olhar para trás e não me avistar é porque nunca esteves ao meu lado, como posso agora estar contigo?
Nunca soubes ser, nem mesmo, meu amigo...
Mas saibas que escuto teu choro mais alto que qualquer solo de guitarra, mais agudo que qualquer grito, mas “teu bem” é outro alguém que agora está contigo.
Mas não te aflijas que nem tudo está perdido. A dor que sentes é o peso de tuas escolhas e sempre a tempo de escolher novamente...
Acorde meu bem? Eu mal tenho dormido, pois ouço teus acordes entre soluços e gemidos...
E faz tempo... Faz tempo que escuto teu choro mesmo quando finges que está tudo bem.
Meu bem, eu escuto teu choro. Eu conheço tua dor e sei quando ficas assim... o quanto pensa em nós, em mim.
Mas somente pensar não basta, não muda as coisas de lugar.
E a distância o que eu posso fazer por ti? Apenas posso chorar contigo e prometer que ficará tudo bem.
Acorde!
Pare de fingir a ti mesmo que as coisas vão bem, meu bem...
Darei um jeito de te protejer, eu prometo.
Prometo que a dor e as tribulações irão passar. Vai ficar tudo bem...
É uma promessa que te faço, talvez a última.
Durma... Estou acordada e velarei teu sono...
Já é madrugada, durma!





sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nos braços teus








Espero nunca chegar a hora do adeus
Pois é tão bom aconchegar-me no calor dos braços teus
É amor que eu sinto quando me envolves em ti
É amor que eu vejo quando olhas para mim.

Espero horas, dias, semanas pelos braços teus
Enquanto esperas por mim e pelos beijos meus...
E é amor o que tenho quando estás em mim
É amor, sempre amor o que encontro em ti.

Esperei por abraços, por beijos, por um outro eu...
Mas amor igual a este só nos braços teus.
Amor que sempre encontrarás em mim
Amor que terás em meus beijos e nos braços meus.

É nos meus braços que ficarás até que amanheça
E eu nos teus é que sei amar
É nos meus braços que teu amor me recompensa...
É nos teus braços que me perco para poder me encontrar.
.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Au Revoir




Três versos eu preciso em uma estrofe
Três notas musicais em um acorde
Três palavras para tocar um coração.

Três estrelas que me guiam no céu
Três cores que compõem minha aquarela
Três estações exceto o verão.

Três vezes amor
E um 3/4 teu rasgado em três partes
Jogado ao chão junto com as três palavras que restam:

É tarde demais.

sábado, 4 de junho de 2011

Inverno





Debaixo dos quentes raios de sol a rubra rosa floresce...
Abre suas pétalas lentamente, como quem desperta para a vida
Desperta para encantar os olhos de quem ama...
Enquanto é amada...


Sob o sol ó rubra rosa cintila...
Refulge suas pétalas orvalhadas como o sangue que escorreu outrora de seu peito...
Exala teu perfume pelos ares, em chamas arde teu doce ventre...


Ó rosa escarlate que sozinha se encontra à beira do caminho
Sua beleza é admirada por muitos, seus sentimentos conhecidos por poucos...
Ó rubra rosa que enfeita uma estrada perdida, em um caminho já sem volta...
Onde estás teu jardineiro ó saudosa rosa?


Seguiu outro caminho ao encantar-se pela dama da noite?...
E não voltou a ti ó rubra rosa que agora se desfolha pela estrada...
A esperar que tuas pétalas o alcance...
Que teu perfume o chame...
Ó rubra e pálida rosa que solitária enfeita as pedras do caminho...
Ó rosa que te restou além dos olhares dos transeuntes e dos beijos dos beija-flores?


E esperar o frio orvalho da noite?...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pobre poeminha de amor...




Um poema de amor meu a ti é como o afago que gostaria de fazer em teus cabelos todas as noites...
É como o beijo que gostaria de dar-te a cada despertar.
É como um abraço apertado que gostaria de dar-te antes de ir trabalhar.
É como uma massagem que gostaria de fazer-te para tirar o peso das angústias de tuas costas sempre que precisar.
É como um beijo ardente, sedento, esfomeado que gostaria de dar-te para te saciar.
Um poema meu de amor para ti sai assim: sem métrica e com rimas pobres, pois pobre sou pela falta do teu amor...
Um poema de amor meu para ti é assim como eu: simples, inseguro e exagerado.
Tem de ser assim, como eu, apaixonado.
Meu poema é pobre mas meu amor por ti é nobre...
E quisera eu que meus poemas fossem belos para te fazer cantar.
Quem dera fossem alegres para te fazer sorrir,
Fossem noite para te fazer sonhar,
Ou fossem céu para ti, em mim, voar...
Mas nem tudo é como eu gostaria...
E são essas mal traçadas linhas de um poema a minha forma mais pura de te amar.



Um poema de amor meu a ti vem para sacramentar tudo já vivido, já sonhado, já jurado. Vem para te dizer o que não foi dito e tudo que precisa ainda ser falado.
Um pobre poema de amor é o que tenho para te dar, uma parte minha que ficará em ti, que ficará no mundo para todos que souberem amar.

Anjo amigo...


 Tem Amigos que são Anjos na vida da gente...
Anjos que escondem suas asas para não ofuscarem nosso brilho
Anjos que se encolhem diante de nós para que possamos crescer...
Tem amigos que são Anjos na vida da gente...
Anjos que cuidam e zelam por nós a distância
Anjos que sempre sabem dizer o que precisamos ouvir sem nos machucar.
Anjos que nos colocam de pé quando já estamos sem forças para caminhar.
Anjos que nos dão a mão, o ombro, o colo, o coração e as próprias asas para nos abrigar...
Anjos que se passam por meros mortais, assim como nós, para que, ao seu lado, nos sintamos especiais...
Tem amigos que são Anjos na vida da gente...
Anjos que escondem suas asas ao nos abraçar.
Anjos que não seguram nossa mão e nos levam ao céu com eles, mas que nos ensinam a vaor...
E depois de verem nossas asas crescidas nos ascenam de longe e seguram no peito a saudade de nossa despedida...
Anjos que nos fazem sorrir, que curam nossas feridas, que nos fortalecem, nos abrigam e, depois,  nos permitem partir...
Tem amigos que são Anjos na vida da gente.
Anjos que vieram do céu para que aprendessemos a voar...
E depois de nossa partida ficam na terra, de mãos estendidas, esperando nosso regressar.




Com carinho, da Andorinha a seu Protetor. 


O Vôo da Andorinha...
Se estou voando agora é porque me deste asas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Caixinha de Música







Tem dias em que não estou para ninguém, não sou de ninguém, nem mesmo minha.
Dias em que me perco para depois me encontrar.
Dias como hoje de nostalgia...
Dias em que me perco, me afogo em minhas memórias.
Dias em que o tempo pára.
Dias em que os sentimentos afloram
Dias em que vêm à tona recordações da infância...
Dias em que reencontro partes minhas que ficaram perdidas em mim, em algum lugar chamado coração.
Dias como hoje em que a chuva se confunde com o pranto...
Dias em que a saudade é tamanha que transborda nos olhos.
Dias em que o peso das memórias parecem toneladas difíceis de suportar...
Dias em que a vida parece mais do que os anos podem somar.
Dias sem fim...
Mas que assim como a chuva lá fora irão cessar.
Dias em que me sento sozinha, com as mãos cobrindo o rosto, e seguro o peso de cada marca, cada linha, cada sofrimento vivido expressos em lágrimas e sorrisos.
Dias em que me sento e sobre os joelhos seguro uma caixa com minhas memórias...
Um caixa com beijos, com lágrimas, com sonhos e medos.
Uma caixa viva, vermelha, quente...
Uma caixa que mantenho comigo e a todos oferto...
Uma caixa que contém olhos, boca, mãos.
Uma caixa pequena que muito guarda e tudo suporta.
Mas que, acima de tudo, é repleta de amor.
Uma caixinha singela chamada coração.