sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Amizade Colorida





No inverno cinza de uma vida
Brilha a luz do dia clareando as trevas
Vem de longe nascendo à primavera
Pintando tudo com sua aquarela

Faz brotar flores nos jardins
Faz brotar amizades nos corações
E o amor vai ganhando novas formas
Em cada uma das quatro estações

Mas na primavera o amor se alegra
É na primavera que a vida fica colorida
Nos corações brotam amor e amizade
E a vida fica mais perfumada, mais florida!

A primavera colore as flores e também a amizade
A primavera vem pra perfumar a vida e levar a saudade
A primavera faz brotar no coração uma amizade colorida
Uma amizade que pode virar um amor de uma vida...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Poema Mudo




Talvez eu te faça um poema
mas não sei se vale a pena
reescrever nossa história
Talvez seja melhor deixá-la para trás
Apenas na memória
Feito uma cena em preto e branco
de um filme mudo que se perdeu no tempo
e só faz sentido no passado
ou numa tela muda de cinema
Não presente em meus poemas
Talvez eu te escreva um poema
mas não sei se vale a pena
Minha voz não sairia
nas rimas mortas de meus grafemas
Talvez o melhor já tenha sido dito
e mudo está no filme da nossa história
em preto e branco repousando em uma cena
de amor nas estrelinhas de um filme antigo
em preto e branco na história do cinema...
Mas não na minha memória
Não nos meus poemas
Apenas, no passado, em algum lugar da minha história
onde não pode ser apagado como eu apagaria um poema
Talvez fosse melhor senão tivesse sido cena
senão houvesse palco nem atores
nem aplausos nem cinema...
porque a história não se apaga da memória
como se apagam e se calam os poemas...

Armadilhas do TEMPO




Faz tempo que eu te conheci
E nesse tempo eu mudei
Não sou a mesma de antes
Em tua imagem eu desbotei
Tenho cabelos brancos trazidos com a idade
E rugas finas que marcam passagens
do tempo
do que vivi...
Ora tristezas ora felicidade
Envelhecer eu queria
Ao teu lado
mas o tempo está passando...
E estou sozinha
Sem teu beijo de boa noite
Sem teu sorriso me dando bom dia!
O tempo tem sido para nós carrasco
Tem feito, para o meu amor, armadilhas...
O tempo, do amor, nem sempre é um aliado
Envelhecer eu quero...
Ao teu lado!

Páginas em Branco




No meu livro da vida
há páginas em branco
esperando para serem escritas...
Possuem margens traçadas de esperanças
e no branco do papel repousam meus sonhos
esperando o dia de ganharem asas,
ganharem vida!
No meu livro da vida
há páginas em branco
esperando para serem pintadas...
Possuem traços marcados
no lugar vazio ao meu lado
Sem cor, sem forma
 Um vulto sem nome em minhas páginas
espera por nosso reencontro
Espera o momento em que eu lhe dê vida
nas linhas de minha escrita
e nas cores de minha aquarela
No meu livro da vida
há páginas em branco
esperando, por ti, para serem vividas
Esperando para serem eternizadas, por Deus,
no livro dos Dias
e nas páginas da minha escrita


***


Enquanto a história não é escrita com tinta permanente eu vivo meus rascunhos e te rabisco todo dia em tons e letras transparentes para que ninguém te copie, nem te tire da minha vida...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sem Limites






Nem um verso, nem um solo de guitarra
Nem no céu, nem na terra
Nem o sol, nem a lua
Eu quero o novo
O ainda não inventado
O que ainda não provei
Não senti
Não ouvi
Eu quero o desconhecido
O não alcançado!
Eu quero os riscos
Eu quero uma aventura
Não quero promessas nem palavras
Quero o visível
O palpável
O que me tire os sentidos
O que me toque o corpo não somente a alma...
Eu quero sentir com os cinco sentidos
Quero ver com o coração
Amar sem razão
Eu quero quebrar as regras
Jogar todos os jogos de azar
Quero amar
Quero vencer os limites
Sem limites
Sem sonhos
Sem ilusões...
Chega de prisões!
Eu quero a liberdade
Quero voar com o pensamento
Quero ser o vento
Quero amar
Com muito ou pouco tempo,
tanto faz!
Eu quero o que deixei pra trás
Eu quero me aventurar
Sem barreiras
Sem limites
Além das fronteiras
Do corpo, da mente e da alma
Do certo e do errado
Do possível e do impossível
Somente além...
Sem limites!
Sem que nada possa me deter
Quero correr todos os riscos
Quero, simplesmente, viver!

Estrada para o Inferno





Era uma noite quente, verão, em pleno inverno. O corpo queimava feito brasa, labaredas incendiavam a estrada no caminho para a perdição, um atalho que levava ao inferno...
A escuridão tomava conta da noite, só dava para ver os faróis do carro iluminando o caminho que os levava para um lugar onde eles nem imaginavam. Naquele momento, o destino era incerto e o desejo, certeiro, uma curva perigosa logo em frente.
No carro, podia se ouvir, além da respiração ofegante dos dois, uma estação de rádio FM que tocava baladas românticas dos anos 80... A pouca luminosidade mostrava o velocímetro em 100km/h... Lá fora, paisagens distantes moviam-se depressa, sem nenhum sinal de civilização. Nenhum sinal de juízo, os dois já haviam perdido também a razão.
Ele dirigia às pressas, o pé no acelerador, as mãos firmes no volante e os olhos ora na estrada ora nas pernas dela à mostra em sua mini-saia.
De vez em quando, ele a olhava de lado e colocava a mão direita em sua coxa... Ela sorria e, naquele momento, pensamentos imprudentes passavam pela cabeça dos dois...
Ela sabia o que ele queria e ela queria exatamente isso: tirar-lhe o juízo!
A essa altura, o desejo entre os dois estava gravado no olhar, aflorava no corpo, exalava no ar...
Logo em frente, uma pequena estrada cortava a rodovia, aparentemente, fora do mapa. Aquelas estradas perdidas, rota sem saída!
Uma saída para o desejo que havia entre os dois e era impossível de se controlar...
Ele, novamente, a olhou de lado e colocou a mão sobre sua coxa. Antes que pudesse colocá-la de volta ao volante, ela o segurou e colocou sua mão entre suas pernas...
Ele não pensou duas vezes e pegou a estrada proibida, não havia mais saída!
Andou alguns metros e parou o carro, desligou as luzes e colocou a mão entre os joelhos dela... Ela destravou o cinto e prendeu as mãos dele entre os joelhos enquanto passava as unhas em seu pescoço e lhe dizia sussurrando em seu ouvido: “Se amar é pecado vamos incendiar o inferno... Deixa queimar!”
Ao longe, podia ser vista a fumaça do incêndio que os dois provocavam no banco de trás do carro e os gritos que quebravam o silêncio, naquele lugar deserto, não eram de dor.
De vez em quando ele ainda pega a mesma rota e quando passa sozinho, à noite, por aquela estrada pode ver o clarão do fogo daquela noite iluminando a madrugada enquanto uma voz lhe chama para pegar a “estrada para o inferno”...
É ela! Tentando lhe tirar o juízo...
Então, ele sorri e diz olhando para a estrada: “Se amar é pecado: Adeus Paraíso!”


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Escrito nas Estrelas





Os sonhos que moram em mim
deixam-me assim...
caminhando nas nuvens,
mãos no ar
acenando aos anjos
dedos esticados ao céu
tocando as estrelas...
Os sonhos que vivem em mim
deixam-me assim...
pensamento vagando longe,
olhar perdido,
buscando o horizonte
braços em volta do corpo
abraçando o mundo,
abraçando o tempo,
segurando os minutos,
soprando no vento
o ontem
em milhões de segundos...
Os sonhos que habitam em mim
deixam-me assim...
“cabeça-de-vento”
olhar desatento
coração passeando fora do peito
passos perdidos no vento
pegadas deixadas no amanhecer...
Os sonhos que existem em mim
deixam-me assim
desatenta e desastrada
perdida e distraída
alma fora do corpo
corpo fora da terra
coração perdido no espaço
indo ao encontro da lua
minhas pegadas vou deixando
no chão
sem rastros
pela rua
meu coração flutua...
deixando-te marcas de beijos
deixa desejos em forma de sonhos
deixa estrelas em teus cabelos enquanto dormes...
Meu coração deixa-te sussurros no vento
na noite
deixa-te saudades
deixa-te versos escritos nas estrelas...
Nos sonhos em que habito
sempre te encontro
deixo-te versos e beijos escritos nas estrelas
para que, a noite, ao vê-las
te encontres comigo...
No meu sonho da noite passada
eu te escrevi, nas estrelas, um recado
então, essa noite, antes de ir dormir
olhe para o céu...
e quando me sentires ao teu lado
saberás de um segredo:
que meu coração do teu jamais será separado
pois lá no céu nossos nomes estão juntinhos
sobre a proteção da lua
dentro de um coração prateado
nas juras deste amor que escrevi nas estrelas...

Pobre Menina





Eu não tenho nada no bolso
mas tenho muito a te oferecer
Tenho as mãos repletas de sonhos
e sonho um dia te pertencer

Eu não tenho nada nas mãos
mas tenho muito para te dar
Tenho um coração cheio de amor
um coração que só quer te amar

Eu não tenho muito para te dar
Eu não tenho nada a te oferecer
Somente meu coração para te abrigar
E meus sonhos para te enriquecer

Eu não tenho nada para te dar
Eu não tenho muito a te oferecer
Somente a garantia de viver para te amar
E só morrer de prazer!


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Céu da Boca




Eu quero um "céu de Blues" repleto de estrelas...
Eu quero a noite encoberta, a rua deserta e sobre minha cama um manto de estrelas, mas se eu não puder vê-las que eu ouça a tempestade batendo em minha janela, que eu a veja lavando minha alma se banhando com a lua, tão bela!
Eu só quero que a lua me ilumine lá do céu, mas se eu não puder tê-la que minha sombra se reflita nas paredes do meu quarto em um sonho tranqüilo à luz de velas...
Eu só quero que a tarde passe suave como o vento, mas se eu não puder sentí-lo que eu veja as luzes se acendendo lá fora, hora após hora...
Eu só quero que o tempo passe, mas se eu não puder passar com ele que me seja permitido me olhar no espelho e orgulhar-me dos anos, me orgulhar do que ficou e não pesar o que foi embora...
Eu só quero para o hoje que ele passe como o ontem, e se eu não puder detê-lo que eu guarde em mim uma saudade do que foi bom...
Eu só quero um tempo para mim, só quero uma noite sem fim, com a cor do céu estrelado e com o som do vento... Quero um Blues tocando no fundo e minha alma dançando enquanto descanso meus pensamentos sobre meu travesseiro e vejo minha sombra, na parede, dançando alegremente com o vento, enquanto o tempo passa de leve e se eu não puder passar como ele que eu fique aqui e o assista partir junto com a lua...
E as estrelas?
Se eu não puder vê-las que eu possa desenhá-las, uma a uma, no céu da tua boca...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O caminho entre nós dois





O caminho entre nós dois
é tão difícil de atravessar
Não posso ir ao teu encontro
e não vejo você chegar

Esse caminho entre nós dois
é um obstáculo a alcançar
que me impede de ser tua
e não me deixa te amar

O caminho entre nós dois
É uma longa estrada para trilhar
Nos avistamos de longe,
mas sem nunca se aproximar

Esse caminho entre nós dois
é uma falha no tempo
que marcou nossa história
separando nosso antes do depois...


Alma Cigana





Minh’alma é cigana
Não tem porto nem morada,
Anda livre pelo mundo
livre, em paz e desacompanhada!

Minh’alma é cigana
não se prende por vontade
Anda livre sem amarras
deixando pra trás a saudade!

Minh’alma é cigana
anda livre pela estrada
Não finca raízes, não tem endereço
é sem destino, sem parada!

Minh’alma é cigana
não possui cara-metade
É livre e aventureira
seu compromisso é com a liberdade!


Alma Cigana, essa Liberdade é que tanto te engana...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Boneca de Porcelana





Eu posso não ser como você quer
Não ser quem você ama
Eu não sou como você pensa
Não sou boneca de porcelana
Eu não sou o que você acha
Não rio sem achar graça
Eu sou mais do que seus olhos podem ver
Não faço “tipo” pra você me querer
Eu não perco a minha fé
Por dentro posso estar quebrada
Mas, por fora fico inteira, permaneço de pé!

***

Sinto muito se não sou como você pensa,
mas se não quer me amar
Vai em frente, jogue a boneca no chão!
Jogue com toda força, não fique cheio de dedos comigo
Não finja ser meu amigo
Jogue a boneca no chão!
Jogue ela, de novo, fora se não a amar...
Garanto que ela não vai se quebrar
Sinto muito se não sou como você quer,
mas se não posso ficar em seu coração
Me tire da prateleira, nesse instante...
Eu não sou pra você
Não sou boneca de estante!

Dores do Silêncio





Um grito no silêncio
e a alma chora...
Chora!
Uma dor no escuro
e o coração chora ...
Chora!
Chora o coração
e a alma também chora...
Chora sua dor
Chora seu perdido amor
Chora!
Chora o corpo jogado ao chão
Chora!
Chora a dor que traz no coração
Chora!
Chora coração a dor da alma
e o corpo também chora...
Chora!
Um grito no escuro
e a alma chora...
Chora!
Uma dor no silêncio
e o coração chora...
Chora!
Chora a dor de um Amor
que também chorando foi embora.

Ouro de Tolo





Foi garimpando meus sentimentos que descobri que teu amor era sequer pedra bruta almejando ser diamante a iluminar meus dias...
Era sequer bijuteria.
Não era jóia rara, era feito lama, torrão de terra que a água lavou e levou...
Nada ficou!
Teu falso amor escorreu por entre meus dedos, pela peneira da vida, teu amor passou...
Passou!

Vento Norte




Vento Norte
Vento de mudança
Pare de dar falsas esperanças!
Pare de soprar em meu coração!
Pare de trazer a mim aquela velha ilusão...
Vento Norte
Vento de mudança
Pare de me dar falsas esperanças!
Pare de soprar em meu coração!
Pare de me levar na contra mão!
Vento Norte
Vento de mudança
Pare de me dar falsas esperanças!
Pare de soprar em meu coração!
Pare de me iludir com um amor vão!
Vento Norte
Vento de mudança
Pare de brincar com minhas esperanças!
Pare de brincar com meu coração!
Vento Norte
Vento que sopra forte
Levando para longe a minha sorte
Pare de soprar no meu coração!
Pare de entrar pela minha janela e jogar minhas esperanças no chão!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Além da Imaginação




Se eu fosse o mar...
Tu serias um barco à vela para em minhas ondas navegar
Se eu fosse o azul do céu...
Tu serias o branco das nuvens para em mim contrastar
Se eu fosse o vento...
Tu serias uma gaivota para, livre, em mim voar
Se eu fosse o tempo...
Tu serias o ontem que não consigo apagar
Se eu fosse a terra tu serias o mar 
Se eu fosse o mar tu serias o céu
Se eu fosse o vento tu serias o tempo
Se eu fosse o tempo tu serias o vento
Levando meu lamento pela terra e pelo mar...
Se eu fosse, enfim, teu princípio e fim
Eu viveria em ti como vives em mim...
Um amor em liberdade
Eterna felicidade que nunca teria fim...



***



Mas eu não sou mar nem céu
Não sou terra nem vento
E foi o tempo quem te levou de mim...
Fim!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Embaraço




Eu quero o gostoso embaraço
De me enroscar, me prender e me grudar
No teu abraço...
Eu quero este embaraçar
Em teu abraço me sufocar
Perder a calma e faltar o ar
No calor dos teus braços
Quero me aninhar
Ficar assim grudada em ti
Presa em teus braços
Amarrada em teu pescoço
Feito um laço!
No aconchego gostoso
Do teu abraço
Que é meu ninho
Meu lar
Nesse teu amar
Onde me termino e me refaço
Não preciso de muito para ser feliz
Desde o dia em que me quis
Eu só preciso do teu Abraço



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ilusões Letradas




No meu conto de fadas mais perfeito
Tu me amas como eu tenho direito
Sou tua Branca de Neve
És meu príncipe “eleito”!

***

Mas minha história é uma mera ilusão
Tu pegaste meu amor e jogaste fora
Atirando minhas esperanças no chão!
Deixando meu coração partido, foi-te embora.
Sem cavalo branco, sem beijo para trazer-me de volta à vida...
Apenas meu coração abandonado
Eterna ferida que não cicatriza.
Amor não consumado
Coração preterido...
Abandonado!
Humilhado, renegado coração...
Deixado por ti jogado
Partido!
Feito em mil pedaços espalhados pelo chão...