quarta-feira, 26 de julho de 2017

Eterno

Em uma quadra de um soneto
Eu Te guardo e te pretejo
Da dor e da morte
E se eu tiver sorte,
Eu te prometo:
Te eternizo em verso.

Do outro lado


Do outro lado
a mão
a voz
nós dois
iguais.
Aqui,
a sós,
você e eu
jamais.

O livro pela capa

Tem muita gente por aí magistrado. Estão por todos os lugares, na casa ao lado da sua, no seu trabalho, na sua rede social... Cuidado! Eles estão por aí, julgando. Julgam a tudo e a todos, só esquecem de julgar a si mesmos. Esquecem de olhar para suas próprias vidas com a mesma criticidade, afinal não é fácil olhar para os próprios defeitos, bom mesmo é apontar o dedo para o vizinho.
Essas pessoas, na minha opinião, são péssimos leitores! Porque insistem em julgar o livro pela capa. E todos sabemos que antes de chegar a página final ainda podemos ser surpreendidos com uma bela história...
Mas a capa é a unica coisa que muitos veem. Se o decote está estampado nela, já julgam o livro de segunda linha, já dizem que a personagem não merece respeito e que já mostrou tudo. Portanto a história nem precisa ser lida. Só que todo bom leitor sabe que não deve fazer pré-julgamentos, sabe que deve desvendar cada entrelinha da história antes de tecer suas conclusões. Porque um livro não é feito só de capa. Ler um livro requer estudo minucioso, requer atenção mais que nas aparências, mas principalmente em seus pormenores. Porque todo autor que se prese não mostra tudo logo de cara, atrás do decote que estampa a capa estão as dores de cada personagem, sua história, seus fracassos, suas qualidades, seus defeitos também, alguns saltam às páginas outros se escondem em seu íntimo... E só quem for capaz de ver através do óbvio vai conhecer de verdade a história e poderá se surpreender e se encantar com ela.
Tem muita gente por aí perdendo grandes meios e felizes finais porque sequer se deu ao trabalho de abrir o livro... Eu sei que a capa de um livro deve ser impactante para atrair os olhares e a atenção de futuros leitores, mas ainda é na parte de dentro que a história acontece. Pelo menos para aqueles que tem coragem de comprar e abrir o livro!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Epitáfio

Aqui jaz a saudade...
um pedacinho de lembrança tua
dá a ilusão de felicidade.

No coração dói a verdade
de um verso esquecido
levado contigo p'ra eternidade.

Aqui jaz a verdade:
que da vida nada se leva
e só resta a dor da saudade!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Metades

Uma pequena parte 
de tudo que foi meu
já se perdeu 
no inicio
de um simples fim de tarde.
O que ficou,
o que de mim restou,
foi só metade...
Da outra parte
que você levou
para a eternidade.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Palavras

Sou a palavra
que calas
O grito
sufocado
 em teu peito
Sou da tua voz 
o silêncio
A resposta certa
na medida exata
da pergunta feita
em tua voz calada
Sou tudo
dentro do teu nada
Sou palavra
Um verso
perdido,
esquecido,
numa folha em branco
rasgada.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Verdades

Estou no limite!
Na linha tênue 
entre a loucura e a sanidade
No limite que separa 
o amor da amizade.
E antes que eu me arrependa
e um de nós se ofenda
ou me volte a sanidade,
eu finjo que me engano,
oras te odeio noutras te amo
resta saber qual a verdade?!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Saudade

Saudade
Por que tu vens assim
sem me avisar?
Sem recado
Dizendo a hora
Para eu te esperar...
Para preparar o coração
limpar a casa
Ajeitar a alma
Arrumar a sala
e por uma música pra tocar...
Saudade,
porque me tomas sem avisar?
Sem me dar tempo,
me envolve por dentro
e me põe a chorar!
Saudade...
Já que és minha amiga,
é melhor eu me acostumar....

domingo, 15 de janeiro de 2017

Devaneio

Não sei se é a saudade que faz eu ter lembranças tuas ou se é o contrario, se são as lembranças que me fazem ter essa saudade doendo no peito.
Talvez seja um misto dos dois! Uma insensatez em te procurar, ainda na minha vida, que faz com que eu veja imagens tuas aonde não estás. 
Deve ser loucura! Mas ainda há pouco eu conversava contigo, sentia o calor de teu corpo próximo ao meu. Podia sentir o cheiro de teus cabelos, o toque de tua pele... 
É estranho, pois mesmo agora, enquanto escrevo converso contigo, tua voz me atrapalha, me tira o foco, além do juízo.
E se não for apenas saudade, é loucura, eu já perdi os sentidos!

Premonição

Hoje meus fantasmas estão tão próximos que se eu esticar os dedos posso tocá-los...
Posso sentí-los se aproximando, pondo sãos mãos frias sobre meu ombro...
Posso sentí-los no arrepio da minha pele...
Posso sentir o cheiro de seus cabelos trazidos pelo vento, posso ouví-los soprando infortúnios aos meus ouvidos...
Posso afastá-los, mas não quero!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Poema triste

Se a saudade em meu coração reside
como posso falar de amor
e não ser triste?!
Se da terra tu partiste
como posso olhar o céu
e não ficar triste?!
Se a Saudade no coração reside
Como posso fazer poesia
fingir alegria,
ainda que triste?!
Se a dor no coração insiste
Que posso fazer além de chorar,
amar,
viver,
embora triste?!
Se a saudade no coração reside,
te faço um poema,
ainda que triste...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Incompreensão

Não é de tristeza
que minha alma é feita
mas ela pode ficar triste também.
Mas nem todo mundo entende
que chorar também faz bem!
Não é de tristeza 
que meu coração é cheio,
mas ele pode ficar triste também.
Mas nem todo mundo entende
que você, nem sempre,
vai estar bem.
A vida é um vai e vem...
O amor de hoje
amanhã pode virar desdém!
Mas nem todo mundo entende
que você, nem sempre, estará bem!
E nesse vai e vem
o coração sorri
e tem o direito de chorar também!
O amor que se foi
O amigo que perdeu
O sonho que passou
E tudo aquilo que não esqueceu...
Mas nem todo mundo entende
e quer você sempre bem!
E nesse vai e vem
Você sorri por fora
e por dentro sua alma chora
o que lhe convém...
Porque você não é só tristeza,
mas chorar também te faz bem.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Céu Particular

O meu céu particular é como sala de aula de anos iniciais, é pequeno e cheio de tudo que se precisa. Tem crianças ocupando cada espacinho, tem papel em branco, tem tinta e cores e tem pó de giz. Minha alma é manchada dele, como minhas mãos e roupa e isso me deixa feliz.
O meu céu particular é feito hora do recreio de escola: tem algazarra, correria, risadas e gritaria. É assim a felicidade, é assim quando as pessoas que se gostam se encontram, tudo vira recreio...
No meu céu particular sempre tem música tocando, sempre tem palavras e frases, pelo ares voando... Pedaços de mim, pedaços de poesias, pedaços de amor, seja onde for... 
E, como não poderia faltar, no meu céu particular tem cachorros por toda parte, de todas as raças, de todos os tamanhos e de todas as cores... 
É meu céu particular e nele cabem todos os meus amores.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Prece

Se o primeiro amor não se esquece
a ele faço uma prece...
De joelhos dobrados,
de coração entregue..
Se o primeiro amor não se esquece
a Ele minhas preces...



In Memoriam









quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Mal de Amor

O mal do teu amor
é alegria
e dor
É inverno
e faz frio
no que devia ser calor
O mal do teu amor
que mal me quer
Me despe,
pétala a pétala,
pedaços meus
de mulher
E joga fora
no vão
estreito
do peito
Coração,
amor
desfeito
jogado ao chão!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Fim de Tarde

Enfim,
o fim do dia
se faz cedo
em mais um fim de tarde
e dentro de cada parte
pedaços pequenos de lembranças
são deixados para traz
perdidos,
envoltos em arte
um beijo esquecido no canto da boca
tem o sabor de saudade
deixado para traz,
guardado
a cada fim de tarde...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Sinais

Um arrepio na pele
Um sopro
Um sussurro
no ouvido
Um toque
sutil
na nuca
A tua mão
me puxa,
me traz de volta
e me perco
me mim.
Em lembranças
que nem sei
se são reais.
Tão mortais!
Que ferem
que cortam
o corpo,
que mancham
a alma.
E minha calma
se vai
e só regressa
quando escuto tua voz
a me chamar...
Um sussurro
na noite,
um toque
no escuro
Em outro mundo,
por segundos
de eternidade
E então, acordo...
E não estás lá
apenas sinais
deixados no passado
perdidos em outro tempo
Em algum lugar
que já não volta mais,
sinais...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Metades

Eu que já fui todo
que já fui parte
Que fui menina
moleca,
mulher,
de pecadora à honesta...
Fui inteira
em teus braços,
dividida em duas metades
tu e eu
duas partes
de um mesmo inteiro:
perfeito,
total,
completo!
Fui bem e mal,
começo e final
de um,
de dois
iguais.
Hoje não sou mais...
Nem um nem dois
Nem parte nem todo
Sou pequena,
desfeita.
Sou partes 
partidas,
feridas,
desiguais...
Não de dois
mas de mais.
Sozinha,
perdida,
à parte!
Eu que era tudo
completa,
inteira!
Que tinha o mundo,
hoje sou nada!
Sou parte,
pequena
de um inteiro
sou só metade.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Desordem

Eu ainda não encontrei as palavras certas 
e não foi por falta de tempo, 
mas por não conseguir organizar, 
por completo, meus sentimentos...

Nudez

Quero fazer de teu corpo 
a folha em branco para rabiscar meus versos 
sem dizer palavra alguma
e deixando em ti todo o meu amor impresso.

Apenas Verso

Há dias em que não preciso saber quem sou
ou me preocupar com aonde vou.
Dias em que não tenho corpo nem alma.
Dias em que tudo se acalma e me transformo em verso.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Sem Direção

Poeira
soprada
ao vento.
Noites
vagando
ao relento.
Um sonho
desfeito
no tempo.
O passado
em frente
em minha 
direção.
Pegadas
deixadas
no tempo.
Recordações
de um breve
momento.
Uma voz
trazida
no vento.
O presente
indo e vindo
em colisão.
Pensamentos
voando
com o vento.
Pegadas
marcando
os momentos.
O tempo
andando
na contramão.
Futuro
distante,
ausente,
em nenhuma direção.

Aconteceu no Outono (Parte I)

Era outubro de um ano qualquer quando se viram pela primeira vez. Ele era apenas um garoto bobo tentando chamar a sua atenção e ela o achou arrogante quando tentou convencê-la de que ele era a sua melhor escolha naquela noite.
Será que o amor pode acontecer assim ao acaso, sem nos darmos conta?!
Talvez tenha sido culpa das estrelas daquela noite que não brilharam seu total esplendor ou talvez tenha sido culpa do céu nublado que ofuscou o brilho do que tinha tudo para ser uma linda e feliz história de amor.
Será mesmo que não foi?!
Talvez alguns "para sempre" não sejam eternos; Talvez alguns não durem tanto quanto outros, mas nem por isso passam a ser menores.
Algumas pessoas se tornam eternas mesmo quando não fazem mais parte de nossas vidas, permanecem ali, guardadas bem fundo, escondidas dentro da gente, para sempre.
Aquelas bem poucas que nos tocaram além do corpo, do superficial da pele, nos tocaram a alma.
Naquela noite comum de outubro era impossível prever que isso aconteceria. Que o amor começará ali, mesmo sem o "à primeira vista".Algo acontecera nas noites seguintes de outono.Algo em meio aos sorrisos que ele despertava nela; Algo nascera do seu modo de falar com ela; Do modo como a abraçava, como a tomava nos braços. Não havia lugar mais seguro para ela que o aconchego de seu colo; Não havia calor mais intenso que o fogo de seus beijos, que o toque de suas mãos percorrendo a pele dela.
Algo já havia nascido e tomava forma, ganhava espaço. Algo que ela chamava de amor, mas para o mundo ela dizia que era apenas algo que aconteceu no outono.

(...)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Aconteceu no Outono (Parte Final)


As últimas folhas secas caiam das árvores no quintal e o vento balançava a cortina da janela da sala. Um cheiro de outono invadia a casa e junto com ele o frio seco do vento que lhe tocava a pele. Parecendo a mão fria da morte, que ela tanto desejava naquele instante, cortando-lhe a garganta. Garganta engasgada pelas palavras que não conseguira dizer...
Os olhos ainda estavam úmidos das lágrimas da noite anterior. A garrafa de vinho vazia ainda estava no chão do quarto e uma gota seca manchava o tapete ao lado da taça jogada junto aos cacos de vidro os pedaços partidos de seus sonhos caídos ao chão junto dela. Não desejava levantar-se. Nada mais restava para si. Nada mais havia para fazer ali a não ser esperar... Esperar que o pranto secasse, que a dor cessasse e que o amor renascesse junto com a primavera.

(...) 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Soneto do Amor Ausente

Era noite, uma fria madrugada
Quando o amor se fez presente,
Deixou a lua no céu calada
E parou o vento de repente.

Fez do dia sua morada
E da noite um presente.
A cada hora, iluminada!
Se escurecia era de contente.

Mas a lua sua namorada
Não podia ser dele somente.
E mesmo apaixonada,
Certa noite se fez ausente.

O amor não a entendeu...
E da pobre lua se esqueceu.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Respingos do Tempo





Gotas de pensamentos
Dançam no ar,
Livres,
Com o vento

Pairam no tempo,
Pingos e gotas de pequenos momentos
Que se vão com os segundos que passam
E junto com o ar seguem o vento

No espaço,
Fica o gosto
Do ar e do vento
Em pingos que caem junto com pensamentos

No vento
Se vai o momento
Deixando as marcas manchadas de tempo
E os pingos respingam o chão de lamento...


Sem Roteiro





Dizem que a vida imita a arte ou que a arte é quem imita a vida, eu realmente não sei o que vem primeiro, mas sei que o bom desse filme chamado vida é que ele não tem roteiro e quando algo ruim acontece é só mais um capítulo e não o livro inteiro.
E nas cenas dos próximos capítulos não se pode afirmar, com certeza, o que acontecerá primeiro, mas terá muita aventura, humor, emoção, terá também romance com quem você ama. Terá um pouco de ação e também uma pitada de drama... Não importa como a história se chama, terá comédia, tragédia, é assim que a vida funciona. Se tiver que sofrer, sofra; se tiver que chorar, chore; se tiver que amar, ame, mas se entregue por inteiro porque será a história de um capitulo, mas não a do livro inteiro.
Então, aproveite, viva! Pois não sabemos o que virá primeiro...
E o bom do filme da vida é que ele não possui roteiro.
Se hoje a cena foi boa, aproveite. Se foi ruim, não se lamente. Hoje foi só um capítulo escrito a mais na história e não o livro inteiro...
E se a vida imita a arte, a melhor parte é que primeiro vem a cena e depois o roteiro.
Quanto a amanhã será só mais um capítulo e não o livro inteiro...


quarta-feira, 20 de março de 2013

Cochicho






Contei um segredo à lua...
Agora ela já sabe que para sempre eu serei tua

As estrelas me olharam com desdém
Porque até elas queriam ser tuas também

Mas a lua pediu para eu ter cuidado
Tu só podes saber do segredo quando for meu namorado

Quando olhei o céu de novo uma estrela sumiu de repente
E se fores logo à janela verás passar uma estrela cadente

Então faça a ela um pedido...
E se fores atendido eu saberei que quer namorar comigo

Até lá, não te direi o que contei à lua...
Que meu amor é só teu e para sempre eu serei só tua!



Uníssono





Antes era só estrada
Era trilha deserta
Sem pegada
Era espinho e pedra
Era poeira,
Era nada!
Antes era deserto e solidão
Era incerteza e imensidão
Eram notas ao vento
Noite ao relento
Letras perdidas pelo chão
Antes era caminho sem reta
Era andar sem meta
Na contramão
Antes era somente estrada
Mãos vazias
Empoeiradas
Sonhos desfeitos
Só ilusão!
Antes era solidão e deserto
Nada por perto
Era andar sem rumo
Sem direção
Antes era só estrada
Sem rastro ou pegada
Era solidão!
Antes era incerteza
Uma voz inaudível na imensidão.
Antes era noite sem dia
Notas sem melodia
Letras deixadas perdidas,
Escrita apagada pelo chão
Antes era estrada deserta
Feita de espinhos e pedras
E solidão!
Antes da Poesia encontrar a Canção...

terça-feira, 19 de março de 2013

Sol da Meia Noite





Era dia e a lua brilhava
Aquecendo o inverno
No inferno, o gelo queimava
E se derretia em brasa
Enquanto a navalha
A pele lhe acariciava
E o sangue jorrava
Manchando a neve,
De vermelho,
Mas ninguém o via...
Porque naquele dia
O sol não apareceu
E a terra toda se escureceu
E o corpo não viu
Quando sua sombra saiu
Para dançar na rua,
Na penumbra da lua.
A alma estava nua
E gritava
Enquanto o gelo queimava
E o inferno se derretia
Mas ninguém via...
Porque era noite
E o sol só refletia
As sombras nas paredes,
Em eufórica agonia
E o inferno tudo, de fumaça, encobria
Mas ninguém via...
E o dia lentamente passava
Enquanto o sangue escorria
Pela calçada.
Bala perdida
Que encontrou a sombra
De uma menina na esquina
E sua alma dançava
Longe dalí...
Era noite e sol iluminava
As sombras nas paredes
Enquanto os corpos,
No chão dormiam,
E não sentiam nada!
Enquanto tudo permanecia ali...
Mas ninguém mais via
Que da noite se fez dia
E a vida continuava
A alguns passos dalí,
Atrás da cortina de fumaça,
Mas ninguém queria
Porque cada alma sentia
Que uma parte sua,
Que lhe pertencia,
Fora deixada para trás,
Naquele dia
Em que a noite encobria
E dos olhos tudo escondia
Mas o coração via
E enquanto o inferno queimava
O coração sentia
E para o céu voava
E embora longe
Um outro não o esquecia
E para sempre se lembraria
Do quanto lhe amava.
Era dia e a lua com o sol se encontrava,
Mas ninguém via nada...
Só o coração tudo sentia
Enquanto a alma voava,
Para longe dalí...


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reflexos e Reflexões






A pessoa no espelho
eu vejo refletida em mim.
São esboços de uma vida
com começo, meio e fim.
Momentos que passaram
e deixaram marcas registradas
na imagem que se desprende de mim.
Pedaços que perdi
quando me desencontrei de mim...
Dou voltas no começo
para tentar chegar ao fim
e passo pela imagem
que se destoa de mim.
Voltando ao inicio
sem ter ido ao fim...
Capítulos de historias
que já se acabaram em mim,
são pedaços esquecidos de uma vida
que continuo a carregar em mim
Na imagem distorcida,
refletida em mim,
tudo que eu vejo
são pedaços
que sobraram de mim.
Porque eu me reinvento
e me refaço
antes mesmo de chegar ao fim.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Misturas






Calmaria e vento
ao mesmo tempo,
tempestade de saudade!
Amor e amizade
ao mesmo tempo
que felicidade!
Duas misturas
que provocam loucuras
tirando a paz
e deixando a saudade...



Anjos e Demônios





Eu não falo a língua dos homens
Tão pouco a língua dos anjos
É de palavras que eu me alimento
E eu vou do santo ao profano

Eu não escuto a língua dos homens
Eu sou surda pra tudo que é mundano
Eu só escuto a língua dos anjos
Eu verso meus santos e meus demônios

Meu universo é o verso
Minha língua é a escuridão e a chama
E minha palavra aos dois mundos proclama!

Meu verbo vem do verso inverso
Minha alma traduz aquilo que ama
Minha palavra é o reverso do que o ego reclama!


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tela do Criador





 
Dentro da tristeza
Há uma gota de beleza
Na lembrança de quem amou
Dentro da beleza
Tem uma mancha de tristeza
Borrando o quadro que a vida pintou
Obra da natureza
Um coração que jorra tristeza
Levando a beleza do que Deus criou
Dentro da tristeza
Tem uma gota de beleza
Do que um dia se chamou amor!


Renata Bicca

sábado, 22 de dezembro de 2012

A Dona da história






Quando eu decidi partir
eu não me importei
com o que seria
de quem por aqui ficasse.
Eu pensei
no que seria de mim
se eu aqui continuasse,
perdida em uma vida
que não me pertencia...
Da qual eu não me via
fazendo parte.
Apenas um jogo teatral
no qual eu não interpretava
o papel principal,
em uma velha história
já esquecida na memória
dos outros personagens.
Então decidi seguir viagem
e parti...
Quem sabe um dia eu volte...
Volte a ser protagonista
de outra história,
mas as que passaram
ficam na memória
do que vivi.
O que foi bom
levarei comigo.
O resto, do passado,
fica aqui.
No lugar da história
onde a memória se perde,
na escrita cansada
que o tempo apaga,
mas que eu não esqueci...


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sobre o Tempo






Só o tempo dirá
Se o amor vai mesmo acabar
Só o tempo para fazer
O coração entender
Que a vida continua
Mesmo sem você
Só o tempo é capaz de apagar
Lembranças que o coração insiste em recordar
Lembranças boas que ficaram
De um amor que só faz machucar
Só o tempo dirá
Se o coração será capaz de novamente amar
Só o tempo...
Só tempo é capaz de levar
A saudade em que se afoga o olhar
Só tempo para me fazer entender
Por que esse amor viveu em mim
Sem nem nascer em você
Só o tempo para nos dizer
Que tudo aconteceu como era para acontecer
Só o tempo para nos mostrar
Que a vida continua
E traz esperanças no olhar
Só o tempo é capaz
De apagar as marcas que a vida faz
Mas se for mesmo amor
O tempo não apaga jamais...
O tempo não faz o coração esquecer
Só ensina que o fim foi melhor para mim como foi para você.


***

Que estes últimos dias de dezembro sirvam para todos não só para correr e comprar presentes, roupas novas, comida e bebida, mas para reflexão. Que cada um de nós encontre um momento para se encontrar consigo mesmo. Para rever suas atitudes, seus planos, seus sonhos e que possamos encerrar um ciclo e recomeçar com esperança renovada. Que e velho, o que não nos serve mais, o que machuca, seja deixado para trás, longe do coração, longe do presente, que comecemos 2013, não só com a roupa nova, mas com o coração limpo e a mente aberta, para novos sonhos, novas conquistas. Desde já, desejo a todos Fé, Paz Amor, Sonho e Esperança!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pedaços do Fim






Último Dia

Se o nosso mundo acabar
Eu quero estrelas no teu céu
Quero a lua a te iluminar
E a noite a proteger com seu véu
Se o nosso mundo acabar
Eu quero ver o sol nascer
Quero mais uma vez te amar
E em teus braços morrer
Se o nosso mundo acabar
Eu quero estar com você
Quero a lua e o sol a testemunhar
Que, no fim de tudo, o amor vai viver


***

O último Luar

Se o mundo acabar
Eu quero estrelas no céu
E a lua a te iluminar...
Eu quero da noite ser o véu
Que esconde as marcas da dor em teu rosto
Banhado em pranto
Eu quero da noite ser o manto
Cravejado de estrelas
Que te cobre no leito
Enquanto dormes
Que te aquece o corpo e sacia tua sede de amar
Eu quero ser a chama que acende em teu peito
Toda vez que te pões a sonhar
Eu quero ser a lua que do céu te olha
Que te encanta e te faz pra ela cantar
E se o mundo for mesmo acabar
Eu quero ser o último luar
A clarear teus passos até o sol voltar a raiar


***

Escuridão

Meu mundo começou a acabar
No dia em que você saiu da minha vida
Sem a intenção de voltar.