"Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos." Oscar Wilde Verba volant, scripta manent.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Antes que termine o dia... (Conto)
Já passavam das seis da manhã quando ela abriu os olhos... sentiu um arrepiu na pele, o frio do dia amanhecendo tomava-lhe seu corpo nu. Na janela, sobre a cama, o sol surgia timidamente. Enquanto a lua, risonha, despedia-se...
Ela suspirou... encheu os pulmões com o forte perfume que sentia... Envolto em seu corpo, dois braços fortes sufocavam-lhe a alma em um abraço. Ela nunca havia se sentido tão segura, não até aquela noite...
Ao longe, podia-se ouvir o barulho de passos apressados, risos de crianças, buzinas dos carros... a vida continuava lá fora, para ela o tempo havia parado ainda na noite anterior. Não havia mais pessoas além dos dois, não havia mundo fora das paredes daquele pequeno quarto, não havia para ela mais alguém, a não ser aquele homem para o qual ela havia entregado corpo e alma.
Ele continuava a dormir, como se nada o perturbasse, como se nada ouvisse, nada existisse... ela adorava ficar ali, nos seus braços, sentindo seu cheiro, tocando-lhe a pele, afagando-lhe os cabelos... ele nem podia imaginar que ela o velava enquanto dormia...
Segura, presa naquele abraço, sentia que nenhum mal poderia alcançá-la. Só havia amor entre aquelas paredes, entre aqueles corpos, unindos dois corações...
E em um contido suspiro, sentia um aperto no peito que fazia-lhe fechar novamente os olhos, abraçar fortemente os braços de seu amado e pedir a Deus para também dormir. Para nunca mais acordar daquele momento... Em uma prece, um lamento, pedia para ser amada para sempre ou, pelo menos, mais uma vez, antes que terminasse o dia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bonito...
ResponderExcluirEu pensei que fosse sobre o filme:
Antes que termine o dia.
Esse filme é uma linda lição de vida!