quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Passado a limpo



Havia um tempo...
No qual o amor fora pecado
A amizade traída
O coração arruinado
O orgulho ferido
A confiança quebrada
O amor matado.


Havia um tempo...
Onde a esperança se perdera no passado
O presente era incerto, doído.
A lembrança do ontem congelada
O futuro acabado, antes mesmo de começar.


Havia um tempo...
Que parecia tão longo
Uma dor calada que parecia nunca mais cessar.


Havia um tempo...
Sem saída
Sem caminho
Sem amanhã.


Havia um tempo...
Uma partida
Um Eu desesperado
Sozinho.


Havia um tempo em que pensei não haver mais nada...
Nada para fazer
Nada para amar
Nada para viver
Pois até mesmo a vida, naquele momento, me faltava.


Havia um tempo em que o coração pensou estar morto
Em que me vi sem rumo
Sem ar, sem sangue, sem corpo.


Havia um tempo sem vida.
Um tempo em que me vi perdida
Caída.
Com a alma me deixando, em dois, partida.


Havia um tempo em que pensei estar tudo acabado.
Sem haver remédio que curasse a dor de um coração despedaçado.


Havia um tempo em que não tinha saída...
A poesia ferida, calada, sofria. Aos poucos, morria.


Havia um tempo no qual me perdia.
Que achei ser para sempre, que não acabaria.
Um tempo de ilusão, de engano, no qual me prendia.
Sem guia, sem anjo da guarda, sem companhia.
Sem chegada ou partida.
Inerte.
Nem noite nem dia.
Vazia.


Havia um tempo que para mim foi carrasco.
Fez-me prisioneira, refém.
Dos meus medos, das minhas inseguranças, dos meus fracassos.
Minha culpa e de mais ninguém.
Um tempo padrasto.
Que castigou, maltratou e venceu-me pelo cansaço.


Houve um tempo em que acreditei estar morta.
Para a vida
Para o futuro
Para o mundo
Para tudo
E todos.


Houve um tempo no qual a história mais triste foi escrita e lá ficará.
A receber as marcas do tempo até ser apagada, esquecida e não mais revivida será.


Houve um tempo que agora é simples passado, morto e enterrado.
Houve um tempo para o qual futuro não havia
No qual um amor não haveria nem novas histórias mudariam a poesia...
Um tempo antes de virar-se a página e reiniciar a escrita.
Um tempo antes de salvar-me a vida.

(...) Continua nas próximas páginas...

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