terça-feira, 19 de março de 2013

Sol da Meia Noite





Era dia e a lua brilhava
Aquecendo o inverno
No inferno, o gelo queimava
E se derretia em brasa
Enquanto a navalha
A pele lhe acariciava
E o sangue jorrava
Manchando a neve,
De vermelho,
Mas ninguém o via...
Porque naquele dia
O sol não apareceu
E a terra toda se escureceu
E o corpo não viu
Quando sua sombra saiu
Para dançar na rua,
Na penumbra da lua.
A alma estava nua
E gritava
Enquanto o gelo queimava
E o inferno se derretia
Mas ninguém via...
Porque era noite
E o sol só refletia
As sombras nas paredes,
Em eufórica agonia
E o inferno tudo, de fumaça, encobria
Mas ninguém via...
E o dia lentamente passava
Enquanto o sangue escorria
Pela calçada.
Bala perdida
Que encontrou a sombra
De uma menina na esquina
E sua alma dançava
Longe dalí...
Era noite e sol iluminava
As sombras nas paredes
Enquanto os corpos,
No chão dormiam,
E não sentiam nada!
Enquanto tudo permanecia ali...
Mas ninguém mais via
Que da noite se fez dia
E a vida continuava
A alguns passos dalí,
Atrás da cortina de fumaça,
Mas ninguém queria
Porque cada alma sentia
Que uma parte sua,
Que lhe pertencia,
Fora deixada para trás,
Naquele dia
Em que a noite encobria
E dos olhos tudo escondia
Mas o coração via
E enquanto o inferno queimava
O coração sentia
E para o céu voava
E embora longe
Um outro não o esquecia
E para sempre se lembraria
Do quanto lhe amava.
Era dia e a lua com o sol se encontrava,
Mas ninguém via nada...
Só o coração tudo sentia
Enquanto a alma voava,
Para longe dalí...


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