sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Aconteceu no Outono (Parte Final)


As últimas folhas secas caiam das árvores no quintal e o vento balançava a cortina da janela da sala. Um cheiro de outono invadia a casa e junto com ele o frio seco do vento que lhe tocava a pele. Parecendo a mão fria da morte, que ela tanto desejava naquele instante, cortando-lhe a garganta. Garganta engasgada pelas palavras que não conseguira dizer...
Os olhos ainda estavam úmidos das lágrimas da noite anterior. A garrafa de vinho vazia ainda estava no chão do quarto e uma gota seca manchava o tapete ao lado da taça jogada junto aos cacos de vidro os pedaços partidos de seus sonhos caídos ao chão junto dela. Não desejava levantar-se. Nada mais restava para si. Nada mais havia para fazer ali a não ser esperar... Esperar que o pranto secasse, que a dor cessasse e que o amor renascesse junto com a primavera.

(...) 

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