quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ferida



Tem uma dor latente em mim que não sei de onde vem, não passa, só me parece que nesse momento tudo perdeu a graça.
É uma dor tangente, pulsante. Quem dera ver a olho nu a ferida. Pôr sobre ela sal, álcool, navalha e fazê-la viva...
Mas isto não é possível... Eu não sei aonde dói, o que me dói, ou o porquê. Só sei que sinto lá no fundo que algo sangra, que dói, sem cura... Não é amarga nem doce esta tortura, é uma falta, um vazio, uma angústia que, por vezes, me leva a loucura.
Dizem que o sofrimento não existe. O que existe é sua causa e quando a sabemos passamos a ter nas mãos a chave para solucionar este dilema.
Sofrer ou não sofrer, eis a questão?
Pena que o meu emocional é mais forte perto da minha razão.
Vamos elencar as mazelas da vida:
Cortar o dedo dói;
Tropeçar o dedinho no pé da cama dói;
Perder alguém dói;
Ser traído dói;
A mentira dói;
A saudade dói;
O amor dói;
Dói, dói, dói...

E dói um pouco mais!


O amor dói. E essa dor de amor é infinita, mortífera, corrói!
Não há analgésicos que a façam parar. Não há, não haverá jamais!
O coração abstratamente pode doer mais que uma grave infecção. Mais que a perda abrupta de um membro.
Amar pode doer tanto quanto uma amputação, sem morfina, feita em campo de batalha, sem anestesia... Amar é luta, é guerra sangrenta que travamos consoco...
Amar ou não amar? Que desgosto!
O amor dói. E creio que esta seja a pior das dores, para a qual ainda não se inventou uma cura.
Que loucura este suicídio que nos mata aos poucos de dor ou de alegria.
Amar é deixar no peito a porta aberta, sem antídoto ou anticorpo que nos proteja. Amar e não amar é ferida aberta, viva.
Que Deus nos guarde, defenda!

É sempre e nunca no amor que se encontra nossa fé, eis a causa do que nos derruba e nos põe de pé.


Um comentário:

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