terça-feira, 12 de outubro de 2010

Partida



Hoje acordei com um desejo de renovação.
Uma inquietação na alma,
Uma ansiedade no coração que vai além da minha agitação habitual, aquela que chamam impulsividade.
Hoje desejei euforicamente uma mudança.
Que começasse de dentro para fora. Como se precisasse que algo fosse embora...
Uma transformação, uma mudança...
Que viesse como um grito a plenos pulmões, daqueles que podem ser ouvidos nos quatro cantos do mundo...
Hoje quis espantar o tédio, o marasmo, a melancolia, a nostalgia, minha boa e velha amiga...
Hoje desejei ir além.
Hoje não me conformei.
Hoje fui uma rebelde sem causa.
Me rebelei contra mim mesma, contra minha mesmice rotineira.
Me olhei no espelho e briguei comigo. Mandei embora a conformidade, a acomodação, mandei embora aquilo que me tornei sem ti...
Acredite, eu consegui.
Foi tão bom deixar explodir o grito que meu peito sufocou. Ah! A outra que morava em mim se assustou.
Ah sim, mas foi embora. E com ela tua saudade, teu nome, teu cheiro e aquela insensatez que um dia nomeei de amor...
Agora sou aquela de antes, sou mais forte, embora no coração traga alguns cortes e no rosto, que tu vias alegria de criança, trago agora marcas maduras de uma mulher.
Sou forte, sou livre e leve e quero partir, sem amarras, sem ilusões, chega de prisões.
Sou forte, sou minha e sou livre.
E o amor, que por ti um dia tive, me deu asas pra seguir, agora feliz.
Não importa aonde vou, tenho o mundo a conhecer.
Novos olhares, outros sorrisos, tudo quanto puder sentir.
Vou do sul ao norte, da ilusão ao amor. Livre, leve e forte.
Com o destino à própria sorte.
Passos firmes ao chão, mãos no bolso, pés descalços e braços abertos ao desconhecido mundo.
Hoje sou outra, não sou mais aquela que te pertenceu.
Nem por um segundo.
Aquela enfim morreu, já era hora, de ir embora...
Hoje guardei meu pijama preferido, saí da cama e penteei os cabelos.
Joguei fora tua lembrança, minhas recordações, e a última esperança.
Hoje sou outra e não quero o sofrimento. O que perdi não mais lamento, pois não tenho tempo para lembranças. Estou de mudança.
Já fiz as malas, estou de partida, passagem para o encontro do amor e só de ida.
O passado deixo para trás e sigo em frente, pois me espera tanta gente e um amor que me reserva a vida.
Hoje estou de partida...
Guardei as fotos de criança na estante e te tranquei em uma gaveta em meio aos cacos de minhas ilusões partidas.
As chaves joguei fora e estou indo embora...
Malas prontas, casa abandonada...
Adeus! Estou de saída.
Não me esperes, talvez não volte...
Fui ser feliz, fui ao enconto da Vida!

3 comentários:

  1. "...mandei embora aquilo que me tornei sem ti..."
    Lindo...
    Queria dizer-te que tuas palavras me fizeram chamar de volta aquilo que eu era antes e havia se perdido por alguém que não merecia...

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  2. Fico feliz que minhas palavras, sentimentos e vivências tenham ajudado... Obrigada por me leres.

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