segunda-feira, 4 de abril de 2011

O vôo da Lagarta






A inveja é uma coisa feia... mas conheço uma menina que fica debruçada na janela pensativa... observa a grama, as roseiras, as margaridas, o alecrim e inveja as lagartas...
Esta menina sonha demais, ama demais, chora demais. Esta é sua vida...
Quisera ela ser uma lagarta também e viver de metamorfoses...
Quisera poder superar limites, transceder o corpo, libertar-se, ir além...
Além do que os olhos podem ver.
Além do que as mãos podem tocar...
Além do que as palavras possam ferir...
Quem dera se esta menina pudesse ter sido, nesta vida, uma lagarta.
Quem dera pudesse consertar seus erros, neutralizar seus defeitos, surpreender-se...
Quem dera se pudesse ficar quietinha em seu canto esperando...
Esperando pela vitória, pela transformação, pela mudança, pelo vôo da liberdade...
Quisera esta menina ser lagarta também, por um instante. Prender-se em seus pensamentos, envolver-se em seu coração, fechar seus olhos, imaginar o azul do céu e voar...
Quem dera pudesse esta menina abrir seus olhos e ter de volta seus sonhos inteiros em suas mãos...
Quem dera não fosse apenas mais uma ilusão...
Sonhos são desejos que nascem no coração dos homens para dar sentido a suas vidas. Sem eles não haveriam motivos para abrirmos os olhos todas as manhãs... sem eles não teríamos pelo que lutar, sem eles a vida não teria tantas cores, não teria sabor de novos amores... Sem sonhos a vida não teria sentido...
Mas o que fazer quando o sonho perde o sentido?
Quando somente sonhar não basta?
Devemos voar... Deixar a mente aberta, livre, leve para sonhar mais, para alçar võo rumo a liberdade.
Quem dera não ser da vida uma peça solta neste jogo louco de intrigas e poder...
Quem dera pudesse ser apenas uma lagarta, da qual não se espera nada, mas que espera uma vida para se aperfeiçoar e embelezar os olhos daqueles que lhe desprezaram...
Quem dera esta menina deixar esta sina de balbucear loucuras, de escrever palavras, de tecer sonhos e pudesse voar...
Quisera poder ser lagarta, ser paciente, tolerante e depois de tudo encher de amor e beleza os olhos de quem não lhe amou...
Quem dera pudesse ser lagarta... fechar os olhos, dormir, esquecer...
Acordar num rompante, rompendo correntes, rasgando pudores, sem pranto nem dores...
Quem dera sair do casulo, mais forte, mais segura, confiante no vôo futuro...
Quisera rasgar as vestes, derrubar as máscaras e se fazer nua, limpa, pura...
Quem dera não ver mais nada à frente, apenas céu azul no horizonte, um sol no poente...
Esticar o corpo de mansinho, sentir a sol sob a pele, abrir as asas de leve e voar sem destino...
Voar rumo a liberdade.
Voar nos braços da tal felicidade...

Ah!
Quem dera...

3 comentários:

  1. OI RE QUE LINDO ADOREI VIU BJUSSSS

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  2. Nossa Rê, não existem termos que possam descrever, explicar ou mesmo definir a maneira que expõe teus sentimentos através e pelas palavras...

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  3. Parece que arrancas o teu coração e escreve com sangue em uma laje fria...

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Compartilho contigo meus sentimentos e emoções, minhas verdades. Tua opinião e sugestão é importante para mim, deixe seu recado. Beijo carinhoso no coração. Rê